Não era pra menos. A
informalidade a serviço da poesia.
Um encontro de gostos
artisticamente vários, por uma razão dentro de si mesma, dentro da própria
arte.
Na noite de quarta-feira
última (27), um dos saguões que compõem o prédio sede da ARMA (Associação dos
Artistas Visuais do Sul e Sudeste do Pará), situado no Bairro Novo Horizonte, serviu
de cenário para um encontro informal, aberto aos apreciadores da arte poética.
Batizado de “I Sarau da Lua Cheia” pelo próprio idealizador, o poeta Airton
Souza, de simples informalidade o encontro se tornou um banquete.
Na ocasião, houve o
compartilhamento de textos, tanto de livros clássicos, um Gonçalves Dias,
quanto de artistas contemporâneos, nada menos que Ledo Ivo. Cada um declamando
com prazer versos como se vida fossem.
As leituras teceram o linho
fino das idéias, sejam as sensuais, sejam as angustiantes. Todas mais que bem
vindas graças à poesia.
Segundo Airton Souza, o
convite para o sarau se deu através das redes sociais como facebook, e-mails e
compartilhamentos boca a boca. Sendo que o objetivo era tão somente reunir
amigos e pessoas novas interessadas em poesia.
Souza deu as boas vindas a
todos que abraçaram a proposta do encontro. Após uma breve apresentação feita
por cada participante, aconchegados no formato clássico de roda de leitura, o
idealizador deu o pontapé inicial com versos de sua autoria.
As escritoras da Academia de
Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP), Vânia Ribeiro e Eliane Soares,
declamaram poemas de colegas afeitos ao ofício do papel e pena.
Conhecidas do público local
apaixonado por literatura, elas parabenizaram a participação de todos que
contribuíram com suas experiências de vida como leitores.
Pelo visto, não era pra ter
nada de suntuoso mesmo numa roda de pessoas sentadas com livros em punho. Nem
precisava de holofotes. Prova disso, que o grupo confeccionou um poema ad momentum. Saiu do forno uma poesia,
que teve inicio em duas mãos e se encerrou ao passar por todas. Sendo estão,
então, lida no desfecho do sarau por Vânia Ribeiro.
Bastou uma qualquer picardia
por parte dos leitores ali, almados
por um desejo profundo de poesia, que a noite feliz pariu. Muitos filhos. Mais
um bocado de corações fecundados pela arte.
Arte
das musas... – Vagabundeando com maestria na ponta da
língua. A interpretação de composições musicais, executadas com marca singular,
ficou por conta de Xavier Santos.
Além de ser um fruidor de artistas da linha de Jessier
Quirino e Patativa do Assaré, Santos representou com humor ímpar alguns causos
poéticos.
Talentos
– Lara
Borges e Marcio Holanda, ambos conhecedores e profissionais da cultura local,
aproveitaram o sarau e deixaram os ouvintes curiosos ao comentarem sobre suas
produções escritas. Porém, ambos ainda não publicaram suas obras
Esses dois artistas, com
obras ricas ainda fora do forno, homenagearam com gratidão a direção da ARMA,
sobretudo à pessoa do jornalista cultural, Ederson de Oliveira, por fornecer condições
tão satisfatórias para a primeira edição do Sarau da Lua Cheia.
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