Êxodo 15. 20 – 21 (Antífona de Miriã e das mulheres)
“A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e
todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. E Miriã lhes
respondia: Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou e precipitou no mar
o cavalo e o seu cavaleiro”.
Aquilo que não celebramos em nossa
vida fatalmente saíra dela. Essa declaração representa uma visão nítida a cerca
da vitória de Deus pra nós. Se o cristão não festejar em razão de um sucesso
que a mão de Deus trouxe a até ele, está claro que é vazio do mínimo de
gratidão. E logo essa graça vai sair de sua vida.
1.
Em resumo, a passagem que vimos amostra Miriã comemorando a vitória que Deus
deu a seu povo. A irmã de Arão lança mão ao instrumento musical e declama
poeticamente um verso de louvor a Deus Pai. O interessante é que a irmã do
sacerdote recebe a simpatia e a companhia numerosa de mulheres outras, as quais
seguem Miriã também com tamborins e exultando em passos de dança.
Ela
faz isso de um jeito espontâneo e inspirador. Espontâneo, pois sabemos que não
havia nenhuma lei ou obrigação das pessoas cantarem e dançarem porque algo
benéfico lhes sobreveio. O louvor, o som do instrumento e os passos
coreográficos nasceram do coração. Inspirador, porque a mulherada não perdeu o
pique e saiu no passinho com Miriã.
2.
O contexto explica muito dessa atitude recheada de alegria. É largamente
conhecida a história de dor, sofrência e injustidade impostas aos descendentes
de José no Egito. O povo de Deus ficou nessa terra de cultura diferente,
sobretudo, porque a mão de Deus agiu no curso da história de José, filho de
Jacó.
Foi
realizado o sonho que ele teve ainda adolescente, apesar dos pesares – ser
invejado e afligido por seus irmãos, ser vendido e servir como escravo nos tempos
de Faraó, bem como ser preso novamente pela falcatrua armada pela safada mulher
de Potifá. A Patifôa que nem muitos não delicadamente dizem.
Antes
dos séculos de opressão, esse povo foi recebido com receptividade ali. Graças
ao Deus de José eles, os egípcios, experimentaram a graça de Deus e não
morrerem durante os sete anos de sequidão que seguiram após o período de
fartura. Morto o Faraó e José de então, os rumos da relação entre os dois povos
não foi muito animador.
Por
causa da benção de Deus, os Israelitas cresciam mais que os egípcios. O ciúme e
discriminação ascenderam no coração do Faraó – da geração seguinte –, que
assumiu a descendência do trono, regendo o povo egípcio. Esse imperador se
retraiu ante a presença de um povo de costumes e crença contraditória aquilo
que o Faraó anterior soube tolerar. Ou que pelo menos teve a ciência de
discernir a existência de um Deus Criador, responsável pelos ciclos que a terra
tinha.
3.
Deus levantou um libertador, Moisés, filho de uma escrava hebréia no Egito, Joquebede
– ato do dedo protetor de Deus, e não menos enredador de história – e que veio
a ser criado como o filho da filha de Faraó. E após as dez pragas, além das
inúmeras tentativas encabeçadas por Moisés, dirigido por Deus, e de acordos
fracassados entre ele e aquele de por décadas seria seu avô faraônico – tudo
sendo comprovado por sinais sobrenaturais – o libertador cumpre sua missão.
Enfim,
a profetisa viu que O Eterno fechou o Mar Vermelho em cima dos inimigos
opressores, que por séculos escravizaram o povo de Israel no Egito.
Vejamos
o contexto que essa passagem comemorativa, promovida por Miriã, tem excessivos
elementos representando o quanto o SENHOR foi bom e protetor dos seus.
4.
O preconceito e a falta de discernimento espiritual também são mais dois pontos
que florescem aqui. Em suma, no mundo moderno o que vale ser comemorado e
festejado tem a ver em grande parte com conquistas de mero caráter efêmero e
egoísta. As grandes conquistas da coletividade na verdade, quando celebradas,
nadam passam de formas estratégicas de se acomodar a população do país.
Agora,
se formos falar de grandes conquistas coletivas e de acontecimentos que podem
render benefícios substanciais e duradouros a imensa parcela carente, pobre e
miserável – que constitui nosso povo hoje – custaria pouco pra sacar que a
festa sequer ocorre. Na verdade não há os motivos pra tão festa ocorrer. Nem
todos discernem o que realmente tem sentido e preço pra ser enaltecido e
patrocinado por ricos empresários, pelos políticos poderosos e pelos cidadãos
mais esclarecidos, os quais acreditam ter contribuído com sua realidade
circundante.
Quanto
ao preconceito, e nem vou perder tempo aqui com as mesquinharias de líderes
religiosos e seculares que tentam cortar a liberdade cristã, solidificada no
quesito dança – sobretudo porque tal quesito é fecundo e transbordante de vida,
gratidão e satisfação de deleito no Senhor. A dança e o louvor miriânico deve
acalentar os corações de todos aqueles que vem o quanto Deus triunfa o caminho
de Seu povo.
Haja o gigante que o houver, os grupos sociais malignos, ou as
ideologias performáticas que se propagam como ventania em seus princípios
anti-cristãos, sempre haverá uma pessoa de Deus comemorando junto com seus
irmãos todas as vitórias do Pai Celestial.
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