Parabenizo a todos que
foram à UFPA na Nova Marabá fazer da noite de hoje, 19 de junho, um ATO
DEMOCRÁTICO. Que ela seja o útero desse protesto que vem à luz amanhã, dia 20 de
junho, a partir das 16h em frente ao Ginásio Poliesportivo da Folha 16.
Acredito que esse
encontro fez parte da gestação do mais forte movimento popular de Marabá e
Região.
Eu não pude expor minhas
ideias em virtude de estar reportando o acontecimento, para edição de amanhã no
Jornal Opinião. TODAVIA, deixo aqui parte dos meus apontamentos sobre
esse MOVIMENTO POPULAR. Tenho duas
colocações sobre as pautas desse legítimo protesto e farei o possível pra defendê-las. Mas, antes disso, vou me
apresentar e fazer 4 considerações.
Sou Anderson Damasceno,
27 anos, natural de Marabá, sou professor há 8 anos e leciono nesta cidade
desde os 19.
Embora eu também atue na
imprensa local, abracei ser professor até que a morte nos separe.
Sou cristão evangélico,
minha família toda é Quadrangular. E estou me formando em Letras este ano, aqui
pela UFPA. Sei e sinto o quanto custa manter uma casa, estudando e trabalhando.
Considerações iniciais:
Primeiramente, há alguns anos, a professora Nilsa Brito trouxe à UFPA o João
Vanderlei Geraldi, que durante suas palestras aqui, bem despojado e descolado –
só de sandália, calção e camisa – disse algo que me assustou.
Ele expôs a visão dele
sobre a universidade e sobre o vestibular. Em resumo, as palavras de Geraldi
foram: Não devia existir seleção através de vestibular e que o certo é ter vaga
pra todo mundo que quer fazer um curso superior. FALO ISSO TUDO porque sou a
favor de 10% do PIB na educação pública.
Segundamente, ontem vi o
post de uma ex-aluna, Aieska, Papa Francisco: “Um cristão, se não for
revolucionário nos tempos atuais, não é cristão”.
CITO ISSO porque a
cristandade local não pode se isentar de uma postura contra a asfixia social
que nós, cidadãos brasileiros passamos.
A primeira parte do
livro escrito por Eduardo Galeano – As veias abertas da América Latina – estuda
A POBREZA DO HOMEM COMO RESULTADO DA RIQUEZA DA TERRA (p. 27). Ouro, açúcar,
café, ferro... Eu tô farto de ser sugado! SOMOS RICOS E MISERÁVEIS AO MESMO
TEMPO!
Entendo o lado de
protesto conforme o livro A desobediência civil. Henry D. Thoureau diz: “Todos
reconhecem o direito à revolução, ou seja, o direito de negar lealdade e de
oferecer resistência ao governo sempre que se tornem grandes e insuportáveis a
sua tirania e ineficiência” (p. 17). Thoureau foi preso por se negar a pagar
imposto.
Terceiramente, sou
contra o vandalismo, os saques às lojas, e depredação do patrimônio público e
privado. Acredito no protesto pacífico. E Sou contra os revanchismos
partidaristas... VINGATIVOS, e eivados de imoralidades inconstitucionais.
Thoureau também critica
a “Polícia Militar”. Mas, não devemos esquecer que esse poder de exército é
dirigido pelo estado. Ele diz: “Constitui-se o exército permanente em um mero
braço do governo permanente” (p. 13). Cito o professor Thoureau de novo porque
a violência da PM tem que ser revista.
Gandhi: “Olho por olho e
acabaremos todos cegos!”
Quartamente, levanto a
bandeira de que o povo brasileiro é maior que qualquer partido político. Não
sou filiado a nenhum partido e isso não me torna menos cidadão. Nem me toma o
direito de reivindicar.
Colocações: I – Repito
aqui o que comentei em um dos posts de convocação desta reunião.
Escrevi: “SALVEM OS
PROFESSORES!”. Esta é “a minha” pauta nacional.
II – Novamente, como
postei no Facebook, a pauta local (lembro que sem querer escrevi “puta local”,
ao invés de pauta. Isso na hora que estava articulando o que trazer a esse
debate) a pauta local é execução de políticas públicas pra adolescentes e
jovens vulneráveis em Marabá.
E, um adendo nisso tudo,
FAÇAMOS NOSSAS BIBLIOTECAS PÚBLICAS FUNCIONAREM.
Considerações finais:
Parabenizo, sobretudo, o professor Evandro Medeiros e a senhora Alexandra
Duarte pela tomada de postura.
E, por último, repito:
SOU APARTIDARISTA, e não votei na Dilma. Agora, ver uma mulher associando o mal
governo do PT ao fato da Dilma ser mulher é o cúmulo do machismo, internalizado
em grande parte das mulheres de hoje. Boa noite!
Nenhum comentário:
Postar um comentário