Eu vou ter que criticar
(filosoficamente, analisar parte a parte) o que o sujeito que fez esse protesto
pensa. E claro, o quanto ele está amazonicamente equivocado.
Antes de tudo, amigos e
conhecidos sabem que sou Quadrangular, ou seja, na minha denominação evangélica
não há proibição quanto a uso de batom, unhas esmaltadas e coisas do tipo.
Porém, não acreditamos que a beleza da mulher - ou ainda que sejam outros
elementos voltados para o zelo masculino - está em objetos ou cosméticos. E
neste ponto, temos algo semelhante com a fé adventista. A beleza não depende de
adereços.
Além disso, sou professor no
Colégio Adventista de Marabá há 11 anos, e me sinto no dever refutar as
bobagens que existem nesse protesto.
Em primeiro lugar, escolas
confessionais no Brasil - bem como as militares - são comprovadamente destaques
na questão do ensino. Ou seja, elas trabalham os conteúdos curriculares e
preparam o alunado muito melhor que a esmagadora maioria das escolas. Basta
pesquisar.
Portanto, em números, quem
criticou não se baseou em nenhum censo e não tem o menor senso de realidade.
Em segundo lugar, o Brasil é um
país livre e ninguém é obrigado a cursar uma escola que não queira. Agora, se
está matriculado lá, respeite a filosofia educacional dos outros e pare de
encher o saco.
Terceiro, se quer transformar a
escola em passarela ou desfile de moda você tá confundido alhos com bugalhos. O
nome disso que você procura é São Paulo Fashion Week. Ou qualquer outro certame
de moda ou agência que trabalhe estética.
Na escola o objetivo é criar um
espaço para desenvolver o intelecto, produzir conhecimento e aprimorar virtudes
para o bom relacionamento em sociedade. E não um espaço pra aplicar as
predileções da temporada de moda que TV e outros meios anunciam.
Quarto, se quer protestar sobre
regras e leis, aprenda a fazer isso criando encontros para debates e o diálogo.
E faça isso convidando cara as pessoas que pensam diferente de você. Ou seja,
se vai colocar em cheque as razões dos adventistas em proibir nas escolas os
usos de adereços e enfeites desnecessários ao ensino, faça isso com o mínimo de
dignidade. Como? Ouça as razões desses educadores. Quem sabe assim aprenda a
respeitar a posição dos outros.
O que é que você define como
educação? Libertinagem ou a completa ausência de limites e disciplina? O nome
disso é dadaísmo e já acabou faz tempo.
E o que é obediência? É sinal de
burrice e falta de intelectualidade?
Diga isso aos cientistas que
foram obedientes e disciplinados para desenvolver o mundo que temos hoje. Ou
você acha que camarada que conseguiu fazer a condução da eletricidade, queria
ficar só na zoeira empinando pipa? Balela.
Fale isso aos inventores do
método científico, que não existe necessidade nenhuma de rigor e obediência às
leis da física, biologia e química. Com certeza é tudo bagunçado mesmo e o
mundo não sobrevive do ajuste fino do universo.
E tem mais, quem disse que educar
e obedecer são elementos diretamente opostos ou forças que se excluem? Aonde
está a lei que diz que obediência e educação são poderes que se apagam
mutuamente?
Vá ler pelos menos um livro, você
que escreveu essas bobagens. E aprenda que fazer você pensar é a última coisa
que sua escola conseguiu. Prova disso é a tamanhuda ignorância que seu protesto
declara.
Volte pra escola, rapá. E
mergulhe quantas vezes forem precisas nesse Jordão. E só me volte de lá quando
sair batizado. Realmente inteligente.
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