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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

TRANSPORTE COLETIVO - Em Marabá, passageiros reclamam de demora e organização das linhas e itinerários


É comum passarem dois ônibus juntos que fazem a mesma linha



Domingos Silva, do SEST SENAT, questiona organização
dos horários e das linhas de ônibus






















Lidiane, que estava com bebê de colo,
teve sorte de esperar pouco
Todos os dias, pelo menos 46 ônibus das empresas que exploram o serviço de transporte coletivo em Marabá transportam pelo menos 23,5 mil pessoas. Trata-se de um grande público que paga por um serviço quer vê-lo melhor. 
Na última semana a reportagem foi ver de perto algumas dificuldades que os usuários de ônibus coletivo passam e quais suas principais reclamações. A última parada de ônibus na Rua Goiás, via que leva aos Bairros Jardim União e Bela Vista, ambos situados no núcleo Cidade Nova, se tornou um lugar de martírio para os passageiros. Eles convivem com a sensação de isolamento.
Segundo o trabalhador autônomo, Flavio Silva, quem tenta pegar um coletivo ali tem que esperar “um bocado”. “A sensação que tenho aqui é deque passa ônibus só uma vez no dia. Só para as Folhas também. Agora, os ônibus das empresas passam com frequência”, afirma, acrescentando que tem gente sendo obrigada a ir de pé para escola ou trabalho, já que não tem outro meio de transporte.
Esse ponto de ônibus fica em frente à casa de Anselmo Alves dos Santos, mais conhecido como “Tarzan”. De acordo com o morador, os motoristas das empresas dobram logo na esquina, indo pela Avenida 1º de Junho. “O certo era eles irem até o final, pelo menos até terminar o asfalto. Só que a maioria deles não vai lá, até onde fica o supermercado Nacional Alimentos”, pontua.
Para Tarzan, de sábado para domingo a demora aumenta, consideravelmente. “Depois que passa das 9h da manhã, só tem os que vão para Velha Marabá. Quem que pegar para as Folhas é só se madrugar”, observa.
Para quem reside no Bairro Filadélfia, o abandono e o isolamento também é sentido na pele. Conforme Ana Lúcia, que vive há sete anos naquele espaço, é necessário ir a pé até o final da linha, que fica no Bairro Vale do Itacaiúnas, ao longo da Rua 9, via também chamada de Iolete Saliba. Ela chegou ao local com a filha de colo por volta das 16h30 e, como os dois ônibus estacionados lá pareciam aguardar o público, resolveu esperar. Porém, ambos foram dirigidos para a garagem.
“Eu tenho o hábito de ir para rua resolver coisas pessoais. No meio de semana até que é mais rápido, já no final de demora mais de 1h aqui. Mas também acontece igual hoje, alguns vão para garagem”, detalha Lúcia, que optou por pedir carona a um parente.
Já a passageira, Sodreia Souza, decidiu esperar mais. “Não tem outro jeito. Tenho compromissos a cumprir”, destaca, se sentindo impotente.
Na Marabá Pioneira, a sensação é a de que ninguém tem problema com ônibus coletivo, porque o fluxo é constante. Lidiane Neves que, do mesmo modo que Ana Lúcia, estava com bebê de colo, pegou rapidamente o veículo para o Bairro Novo Horizonte.
No entanto, para Domingos dos Santos Silva, funcionário do SEST SENAT, é questionável a organização dos horários e das linhas de ônibus. Em menos de dez minutos, conforme Silva, passam cinco coletivos para o mesmo lugar, enquanto outros itinerários ficam descobertos.
“E essa falta de ordem acontece em todos os núcleos da cidade. Eu uso com frequência para ir trabalhar ou cumprir outros compromissos e vejo que poderiam sequenciar os veículos, para atender melhor a população. E sem falar nos ônibus ruins, que estão com problema. Já pensou se ocorre um acidente, quanto pais e mães de família não vão se prejudicar?”, enfatiza.

Até quando? – Em outubro de 2001, a edição 647 do Jornal Opinião já trazia relatos de usuários de ônibus coletivo indignados com a má prestação do serviço. A reportagem publicada deu voz a Alfrázeo, professor de arte capoeirista, que sofria com a falta de coletivos para o Bairro Novo Horizonte, sempre que tentava sair da Marabá Pioneira para o lar, por causa das escalas noturnas.








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