Anderson Damasceno
Em 2013, li o
“Guia politicamente incorreto da Filosofia”, escrito pelo filósofo brasileiro Luiz
Felipe Pondé. A obra permanece atualíssima. Continua muito válido refletir
sobre os efeitos do Politicamente
Correto na sociedade brasileira, que é mote dos ensaios contidos no livro.
E aqui, neste
texto, foram feitos alguns recortes de
questões que o Pondé levanta acerca dos muçulmanos. Quem lê vai ter não
apenas bons argumentos contra quem gosta de falar “Islamofobia” pra tudo que
envolve o fanatismo (religioso, ideológico e científico), mas sim, entender a
prática doentia de certos grupos que se dizem pertencentes ao Islã.
Sabemos que ninguém
é obrigado a endeusar a ideologia dos progressistas. E não vamos aceitar que
estes dominem tudo que se diz e faz sobre a liberdade religiosa, sobre o Estado
laico.
E como sei que
a lei dos direitos autorais pode me incriminar, tenho a esperança de que eles
interpretem essa postagem apenas como um ato de um leitor curioso, que quer
compartilhar boas leituras e reflexões. Tipo uma propaganda "for
free", mas bem direcionada e intencionada.
A todos, boa
leitura. Aos progressistas, desejo uma melhor leitura ainda!
I
A ÉTICA DA ALTERIDADE
No ensaio, “Só
o outro insuportável importa” (Pondé, 2013. p. 59), há uma crítica logo de cara
à “ética do outro”, isto é, critica-se uma
das manifestações do Politicamente Correto, a modinha de sempre se achar
que a cultura do outro é linda, aceitável, correta e que o outro é tolerável
independentemente do que faça. Porém, na real mano, a verdade é que não há
nenhum valor ético supremo em tolerá-lo quando ele não cria problemas. “E,
quando cria, quase ninguém tolera”.
Em nome de uma
ideologia progressista, a gentinha politicamente correta anula ou finge a
existência de choques de gosto, de práticas sociais e de valores entre as
culturas.
Pra
exemplificar, Pondé usa o caso dos debates inter-religiosos não durarem mais
que 30 minutos, pois isso obrigaria os representantes de cada religião a
falarem seriamente das diferenças. O filósofo defende a ideia de que “as religiões não querem todas a mesma
coisa”. Pra comprovar, utiliza a diferença entre as visões cristã e judaica
acerca do Messias. Não combinam mesmo. Para mim, que sou cristão, o messias já
veio e os judeus perderam o “bonde da história ao não reconhecer Jesus”, como
filho unigênito de Deus.
Agora,
vamos às questões envolvendo o Islã, aos trechos envolvendo o Islã.
No
mesmo ensaio, pra enfatizar a extensão (entediante) da ética do outro, ele diz que
para as pessoas de mentalidade politicamente correta todo mundo é obrigado a
achar que “Muçulmanos são lindos, índios são lindos, a África é linda, canibais
são lindos, imigrantes ilegais são lindos, enfim, todos os ‘outros’ são lindos”.
Contudo, quem fala que tudo é lindíneo nunca está muito disposto a conviver com
esses outros todos os dias.
Como foi dito,
a definição de “outro” aqui tem a ver com outras culturas ou, quase sempre, significa
qualquer ideia que seja oposta “a Igreja, Deus, heterossexual, capitalismo ou
arrumar o quarto e lavar o banheiro todo dia”. Saca?
E, a caminho
do encerramento desse tópico, é válido fazer um reconhecimento, um acordo, para
que ninguém fique pensando que o justo agora é sair atacando as culturas
alheias por ai. Não, seu mané! Tudo que foi dito tem o objetivo de mostrar a
ilusão criada por um dos braços do politicamente correto.
“Evidente que
conviver com o diferente é essencial numa sociedade como a nossa, assolada
pelos movimentos geográfico humanos, mas daí a dizer que todo outro é lindo é
falso”. Esta falsidade desvaloriza o próprio drama da convivência com o outro.
Drama necessário para movimentar a vida. Deve ser muito chato conviver só com
gente legal.
(Os próximos
pontos serão abordados nas postagens seguintes do Blog OA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário