NACIONAL ENERGY

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

AMOR PRÓPRIO – Se livre das pessoas desnecessárias! Comece pela primeira (Anderson Damasceno)



Não gosto nenhum pouco do que vou falar aqui. Se livrar de pessoas em nome do amor próprio é o tipo de coisa que nunca imaginei ou supus sair de mim. Falar disso faz-me sentir desumano, criminoso. Talvez criminoso seja um exagero ou autocondenação covarde.
Contudo, quando comecei a pensar nessas palavras, “Se livre”, “pessoas”, “desnecessárias”, e nas atitudes que representam essas palavras, vários sentimentos e outras sensações confusas, “finitas”, me atravessaram. Sensações de fogo-fátuo. Algumas como pensamentos que se despedaçam, desvanecem, pouco depois de começarem a se configurar, a se constituir enquanto fio de energia psíquica. Quase natimortos.
Passei a maior parte da vida aceitando tudo e todos. Não recordo de uma só feita que tenha me negado a aceitar a amizade de alguém, o olhar natural das pessoas, ou de ter julgado algum ser humano como desnecessário. Talvez, por isso mesmo, me sinto tão carregado de lixo às vezes, de más energias, com um desgaste emocional que a longo prazo deteriorou aquilo, aquela barreira que me fazia aguentar, quem sabe resistir a este momento de agora. E agora chegou. A hora de se livrar.
Se existe um lado mal na força só pode ser esse. Este em que me sinto por hora.
Eu preciso começar de onde estou. E se tem algumas pessoas das quais preciso me livrar, as primeiríssimas, são aquelas mais óbvias. Necessito me livrar de algumas piores versões de mim. Disso não paira sombra alguma de dúvidas.
Eu tenho total segurança de que, tão logo eu reconheça essas piores versões de mim, fácil será partir para os outros. Os de fora. Livrar-me de gente que trago cá dentro. E que de tão anestesiado de me sentir culpado, devo estar intoxicado da boa versão que finjo ou forço acreditar que pessoas tenham, dentro de mim.
Não adianta eu entrar nesse passo, avançar pra elas, enquanto ainda é tão preciso identificar melhor as desnecessidades que aceitei cultivar dentro de mim. Sobre mim. E até que ponto?! Até que ponto cultivei? Até que ponto acho que esses sujeitos que me habitam estão longe do meu eu sufocado, resignado, passando-se por mim em tantos momentos que por vezes mereciam que eu estivesse no controle, na direção, honrado e responsável.
Não prevejo o trabalho sacrificial que precisarei, todavia, cada introspecção que eu fizer, cada pequeno momento de reflexão, em cada parada para me pensar, por mais dispendiosa de tempo e energia que seja, é digna de ser feita, colhida. Talvez, o mais correto seja plantada, isto é, plantar momentos de meditação e sondagem do eu. No entanto, essa plantada tem sabor de colheita pra mim. Capaz de gerar o que quero. Quero uma nova colheita.
Minhas piores versões não são as dos meus erros, e sim, as do abandono de mim quando errado. Nem são as feridas pelos outros, mas as que se algemaram a essas feridas pelo ressentimento altivo e negado. São muito menos as que sentem medos ou reconhecem culpas, que as inábeis que pararam de crescer apesar disso.
Enfim, sem ódio de mim, sem ódio de si e sem autopunição. Isso é um ato de amor próprio. Acredito que Alguém dentro de mim merece. E a hora chegou!





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