Mais um
protesto marcou a tarde da última terça-feira(10), quando populares fizeram longa
caminhada, ocupando a Rodovia Transamazônica (BR-230), em direção ao Fórum de
Justiça de Marabá, localizado às proximidades da ponte do Rio Itacaiunas. Eles
reivindicaram a outra parte do Bairro conhecido como “Invasão da Infraero” –
situado no núcleo Cidade Nova –, seguindo um carro de som, de onde os
representantes do movimento discursavam.
Desde o dia
17 deste agosto, mais de 200 pessoas avançaram na ocupação da terra, ao lado do
muro que ainda está em construção, na área da Piçarreira do Aeroporto.
De lá pra cá,
inúmeros atritos tem ocorrido entre aquela comunidade e os interesses da
empresa de aviação, Infraero, e a União.
Conforme a
direção do protesto, uma audiência estava marcada por volta das 18h30, a fim de
se discutir a causa da moradia.
“Esta
manifestação é pacífica, formada por um povo sofredor, e esse povo está
mostrando a sua cara a todos. Isso é para que a sociedade marabaense saiba que
a gente precisa de um teto... Enquanto a empresa Infraero precisa de área pra
vigiar, este povo precisa de um teto para morar”, destacou um dos
representantes.
Boa parte dos
manifestantes carrega cartazes com dizeres de luta em favor dessa causa. Muitos
deles questionavam a responsabilidade social das empresas e do governo, que em
situações como esta é um discurso esquecido.
Eles
agradeceram, por mais de duas vezes, à compreensão dos condutores marabaenses.
No entanto, isso não evitou que alguns buzinassem excessivamente, reclamando a
liberação da rodovia.
Um dos
representantes da associação de moradores, Valdemir Pereira Matos, enfatizou
que o povo não agüenta mais ver seus direitos desrespeitados. O direito de ir e
vir das mais de 6 mil famílias, que residem nos bairros vizinhos à nova
ocupação, está suspendido por causa do muro.
De acordo com
as informações do movimento, durante a audiência não houve consenso. Contudo, a
possibilidade de dar certo não foi descartada, diz Adaildo Barros, morador
daquela localidade que se solidariza com a causa dessa parcela da população
local.
Recordando – Ainda na manhã (26) de agosto,
ocorreu um dos momentos de maior atrito na saga dos “sem-teto”. Naquela
ocasião, oficiais da Polícia Militar (PM), sob a direção do Major, Marcio
Raiol, tentaram conversar com os ocupantes a fim de informar que a medida de
desocupação, que havia sido expedida pelo juiz federal, Heitor Mauro Nunes, ia
ser cumprida.
A reação dos
populares foi na contramão dessa decisão. Centenas de pessoas resolveram bloquear
a Transamazônica, gerando um congestionamento nos dois sentidos, entre Marabá e
Itupiranga.
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