O
projeto “Paredes da Memória”, idealizado pelo presidente da Fundação Casa da Cultura
de Marabá (FCCM), Noé von Atzingen, está ganhando forma e reunindo artistas
plásticos de várias gerações. Quem tem feito recente visita ao prédio da
instituição, situado na Folha 31, encontra paredes artisticamente rabiscadas e
cheia de tintas coloridas, motivo de orgulho e beleza.
Noé
von Atzingen percebeu o prédio da Casa da Cultura como possibilidade de página
ou tela a ser trabalhado com arte. As histórias que rodeiam seus 30 anos de
existência poderiam ser contadas, facilmente, pelo fundador, mas ele decidiu
conta-las através de outros olhos e, porque não dizer, mãos.
Em
recente processo, habilidosos e criativos, porém poucas vezes devidamente
reconhecidos, os artistas plásticos marabaenses receberam a missão de contar
história através de seus traços, resgatar memórias com suas telas.
Para
Domingos Nunes, um dos mais antigos artistas plásticos em atividade de Marabá,
esta é uma grande experiência. “O tamanho da tela nos dá uma liberdade para
expressar os detalhes, dá para trabalhar cada detalhe de uma flor por exemplo”,
afirma.
As
enormes telas citadas por Domingos são de 2,90 x 2,20m, as dimensões de cada
parede que formam o Salão de Exposições.
Outros
artistas ainda pouco conhecidos estão se dedicando com traços firmes e
expressivos, como é o caso de Wendas Miranda que aprendeu sozinho a incrível
arte do nanquim.
“Apesar
de pouca gente ainda praticar essa arte, por conta da dificuldade, pra mim é um
prazer ver a obra pronta com tantos detalhes”, enfatiza.
Os
temas das obras são variados, vão desde as lendas regionais que povoam o
imaginário popular, passando pelo ciclo da castanha e chegando até as mais
recentes intervenções humanas na natureza.
Também
chama a atenção a variedade de estilos que o projeto conseguiu reunir.
Enquanto
Rildo Brasil traz um ar contemporâneo com uma obra de traços assimétricos, bem
ao lado da obra de Domingos Nunes, que remete ao estilo clássico da arte do
óleo sobre tela, retratando a vida do castanheiro. Bino Souza trouxe as formas
e cores do grafite que se contrapõem aos traços firmes e de cor única do
nanquim.
Para
Cátia Weirich, que fez a seleção das obras, o resultado não poderia ser melhor.
“Quando
o Noé apresentou a ideia, nós não imaginávamos a beleza que o projeto iria
adquirir. Sem dúvida vai ficar para a história”.
Cinco
obras já estão concluídas e outras cinco estão em andamento, até o dia 10 de
novembro, data marcada para a abertura da exposição “Paredes da Memória”. Serão
quinze telas assinadas e prontas para serem apreciadas por toda comunidade de
Marabá e região, que já conhece ou deseja conhecer a história que permeia a
trintona Casa da Cultura de Marabá. ( Assessoria FCCM / Breno Miranda)
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