Mar
de panfletos. Santinhos
ou capetinhas, entre o imoral e ilegal.
Jogar
santinho perto dos pontos de votação virou uma imagem cultural. A cena rasga a concepção
de que tudo que está na cultura seja bom para todos. Embora exista quem pouco
se importa, o costume não passa sem ser visto como imoral e ilegal tanto pelas
autoridades quanto pela população afetada. A bagunça começa ainda na véspera das
eleições e invade a madrugada.
Por
todo o Brasil, foi comum os episódios de gente se queixando, ora da sujidade
deixada pelos bairros, ora pelo trabalho e perigo causado às pessoas.
No
Bairro Cidade Nova, onde a Escola Estadual Anísio Teixeira funciona vinculada à
100ª Zona Eleitoral, de longe se via o mar de panfletagem inundando o chão. Mesmo
com a presença do Exército Militar nas imediações do prédio, alguns motoristas
e seus caronas passavam atirando a papelada pela janela.
Num
dos casos, os marabaenses, como Arisson Silva, questionaram se os militares não
deviam perseguir os condutores que infringiam a lei, configurando-se crime
eleitoral.
Segundo
a legislação eleitoral, jogar santinhos na rua no dia da eleição é crime. A
pena varia de seis meses a um ano de prisão e tem multa que vai de R$ 5.320,50
a R$ 15.961,50. A distribuição de folhetos e impressos é permitida na véspera
das eleições, até as 22h.
A
ação coloca em cheque a conduta dos próprios candidatos.
Um
dos mesários, Mailson de Oliveira, comentou que, apesar de muitas pessoas que
levam esse ato de cidadania sem a devida responsabilidade, porque pegam do chão
para votar, isso não autoriza os políticos autorizarem seus cabos eleitorais ir
contra a lei.
Entre
os casos mais dramáticos está o da aposentada de 70 anos, Rosa Maria Stancati,
que ficou ferida após escorregar em santinhos, quando ia votar na manhã de
domingo (5), em São Carlos (SP). O acidente aconteceu em uma rua na Fundação
Educacional São Carlos (Fesc), no Centro. Ela foi socorrida com ferimento na
cabeça pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e passa bem.
A
idosa bateu a cabeça no chão e teve sangramento. “Eu fui atravessar a rua e eu
acho que pisei em algum [santinho], escorreguei e cai. Graças a Deus que só
sofri a cabecinha. Estou sem dor, só está ardendo um pouco”, afirmou, socorrida
por equipe do SAMU e levada para a Santa Casa de São Carlos.
Os
eleitores de Franca (SP) precisaram lidar com muita sujeira deixada em frente
às seções eleitorais. O trabalho literalmente sujo ficou por conta dos
servidores públicos que fazem toda diferença numa cidade, os garis. Ainda na
manhã de domingo, eles foram vistos limpando santinhos, em frente a um dos
locais de votação em Franca (SP).
Na
capital do Amazonas, Manaus, não foi diferente. Ruas do Bairro da Compensa e
principalmente em frente às escolas, onde havia votação, amanheceram repletas
de sujeira com os santinhos de diversos candidatos.
Os
eleitores que foram votar na Escola Maria Luiza da Costa Rêgo, em Belém (PA),
enfrentaram a mesma epidemia de panfletos com as caras dos candidatos. Muita
sujeira sufocou as ruas e seus passantes eleitores.
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