Minha separação (Esther Horsth*)
Eu o amo.
Com todo o meu ser.
Com todas as forças que não tenho.
Com toda a coragem que tento reunir.
Com todo o corpo que tento, sofregamente, suportar, e
carregar, e existir.
Meu amor se foi.
Meu amor se foi e deixou um buraco, uma cratera, meu corpo
vazio, oscilante e vacilante, nesse mar que é a vida.
Meu amor se foi e eu fiquei, desprotegida.
Meu amor falou e eu chorei.
Ela, a lágrima, desceu lenta e levemente, pesando um mundo,
rasgando minha alma, quebrando meu coração.
Minha garganta se fechou,
A respiração se tornou difícil,
E eu soube, naquele mísero instante, que eu havia chegado
novamente ao meu deserto.
Não um local. Ah não!
Esse conheço, já temos história.
Esse deserto é o meu Lugar.
Eu só queria estar sozinha em casa.
Estar rodeada de gente nem sempre é bom.
Me deixem sofrer.
Eu preciso sentir tudo.
Na foto, Esther entoa versos de Carlos Drummond de Andrade, durante participação do Sarau da Lua Cheia, um evento artístico e cultural que ocorre todo mês em Marabá. |
*A jovem amante das artes, Esther Horsth, é estudante ultimoanista do Instituto de Ensino Amais, situado na Marabá Pioneira. Leitora e apaixonada pela arte literária, Horsth possui rica biblioteca pessoal com títulos que variam da literatura infanto-juvenil pós-moderna aos clássicos escritores nacionais - como José de Alencar e João Guimarães Rosa - e internacionais - p. ex. George Orwell e Aldous Huxley. O blog OA registra hoje alguns dos versos de seu próprio punho.
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