NACIONAL ENERGY

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

POEMA - Natalis (Anderson Damasceno)

Natalis (Anderson Damasceno*)

No Natal, nós damos as mãos,
Que durante o ano não se quis dar.
Não as mãos que se dá ao amado,
Mas aquelas a quem houve de precisar.

Ajudamos o necessitado,
Mas não ajudamos a necessitar...
De um tempo, em que fazer um agrado,
Não é coisa de data ou lugar.

Do servil ao doutorado,
Quem anda no rio,
Quem anda descalço,
Quem vai a Veneza,

Quem dá voltas inglesas,
Os meninos de rua,
As crianças nunca nuas...
Sem data e sem lugar.

A mente coletiva, agora, começa a se espalhar.
A sociedade, tão polida, é amorfa, mas começa a escutar.
Os sofridos que, doravante, se almeja abençoar,
Nunca estiveram escondidos, só que o tempo obriga presentear,

Como se a causa, em si, não existisse, apenas é praxe realizar.
Se toda ideologia tem uma mecânica, esta é bem fácil de estudar,
As comunidades também são mecânicas, não resistiram a lógica perpetrar:
Nada é mais lindo que o comunismo, programado, e sua força de igualar.

Culpa-se o capitalismo, o mais livre, porque é moda o difamar:
Só o outro é acusado, xingado, daquilo que estamos a praticar.
Mas dá tempo, se o humano, desumano, a tempo se ligar.
O menos pior, o mal menor, tem endereço e tem horário,

Ele tem casa, faz a barba, filhos em sala, sua mulher trabalha.
Um amigo fica doente, um estranho vira parente, gente é gente.
Enfrenta a soberba, não perde pra avareza, se vira e põe na mesa.
O natal é mais humano, quando se sente, e tudo isso faz, todo o ano. 



*Anderson Damasceno Brito Miranda é natural de Marabá, Pará, nascido a 8 de julho de 1985. Mas, residiu por longos anos em outros municípios do estado como Altamira e Goianésia do Pará. Retornou para a cidade natal em 2004, onde passou a morar, novamente, com a família. Aos 19 anos, fez confissão de fé em Cristo. Em 2005, ingressou para o curso de Letras na Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus Marabá, onde hoje é o Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). 
O poeta leciona inglês, português, redação, artes e literatura. Também é repórter, fotógrafo e blogueiro.
Participou do Concurso de Poesia Professor(a) Poeta(isa) na sua última edição, realizada em 2011, em que alcançou o segundo lugar. E participa, ativamente, do concurso anual realizado pela Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP), intitulado Prêmio Inglês de Sousa, em que logrou a primeira colocação no gênero poesia, durante a edição do ano 2014.
Atualmente, trabalha no Instituto de Ensino A+, Preparatório de Medicina Everest. Além disso, é assessor parlamentar e assina o blog Olhar do Alto (OA).
Até outubro de 2016, o literato fez parte do coletivo de poetas e artistas do Sarau da Lua Cheia, sendo um dos co-fundadores do movimento, ao lado de Airton Souza, Eliane Soares e Xavier Santos. O Sarau da Lua Cheia é um evento artístico e cultural que iniciou em março de 2013, de caráter itinerante, que acontece em Marabá, uma vez por mês, promovendo a leitura, o livro e a divulgação das obras de autores paraenses.
Também foi membro-fundador da Associação de Escritores do Sul e Sudeste do Pará (AESSP), mas dissidiu por discordar da mentalidade esquerdista que passou a dominar a direção da instituição, após a queda do governo Dilma Rousseff, que manteve o PT no poder por quase 14 anos, isto é, 14 anos que foram, sem sombra de dúvidas, um dos piores projetos de poder e o maior escândalo de corrupção que o mundo já conheceu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário