Natalis (Anderson
Damasceno*)
No Natal, nós damos as mãos,
Que durante o ano não se quis
dar.
Não as mãos que se dá ao amado,
Mas aquelas a quem houve de
precisar.
Ajudamos o necessitado,
Mas não ajudamos a necessitar...
De um tempo, em que fazer um
agrado,
Não é coisa de data ou lugar.
Do servil ao doutorado,
Quem anda no rio,
Quem anda descalço,
Quem vai a Veneza,
Quem dá voltas inglesas,
Os meninos de rua,
As crianças nunca nuas...
Sem data e sem lugar.
A mente coletiva, agora, começa a
se espalhar.
A sociedade, tão polida, é
amorfa, mas começa a escutar.
Os sofridos que, doravante, se
almeja abençoar,
Nunca estiveram escondidos, só
que o tempo obriga presentear,
Como se a causa, em si, não
existisse, apenas é praxe realizar.
Se toda ideologia tem uma mecânica,
esta é bem fácil de estudar,
As comunidades também são
mecânicas, não resistiram a lógica perpetrar:
Nada é mais lindo que o comunismo,
programado, e sua força de igualar.
Culpa-se o capitalismo, o mais
livre, porque é moda o difamar:
Só o outro é acusado, xingado,
daquilo que estamos a praticar.
Mas dá tempo, se o humano,
desumano, a tempo se ligar.
O menos pior, o mal menor, tem
endereço e tem horário,
Ele tem casa, faz a barba, filhos
em sala, sua mulher trabalha.
Um amigo fica doente, um estranho
vira parente, gente é gente.
Enfrenta a soberba, não perde pra
avareza, se vira e põe na mesa.
O natal é mais humano, quando se
sente, e tudo isso faz, todo o ano.
*Anderson Damasceno Brito Miranda
é natural de Marabá, Pará, nascido a 8 de julho de 1985. Mas, residiu por
longos anos em outros municípios do estado como Altamira e Goianésia do Pará.
Retornou para a cidade natal em 2004, onde passou a morar, novamente, com a
família. Aos 19 anos, fez confissão de fé em Cristo. Em 2005, ingressou para o
curso de Letras na Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus Marabá, onde
hoje é o Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
O poeta leciona inglês,
português, redação, artes e literatura. Também é repórter, fotógrafo e
blogueiro.
Participou do Concurso de Poesia
Professor(a) Poeta(isa) na sua última edição, realizada em 2011, em que
alcançou o segundo lugar. E participa, ativamente, do concurso anual realizado
pela Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSP), intitulado Prêmio
Inglês de Sousa, em que logrou a primeira colocação no gênero poesia, durante a
edição do ano 2014.
Atualmente, trabalha no Instituto
de Ensino A+, Preparatório de Medicina Everest. Além disso, é assessor
parlamentar e assina o blog Olhar do Alto (OA).
Até outubro de 2016, o literato
fez parte do coletivo de poetas e artistas do Sarau da Lua Cheia, sendo um dos
co-fundadores do movimento, ao lado de Airton Souza, Eliane Soares e Xavier
Santos. O Sarau da Lua Cheia é um evento artístico e cultural que iniciou em
março de 2013, de caráter itinerante, que acontece em Marabá, uma vez por mês,
promovendo a leitura, o livro e a divulgação das obras de autores paraenses.
Também foi membro-fundador da
Associação de Escritores do Sul e Sudeste do Pará (AESSP), mas dissidiu por
discordar da mentalidade esquerdista que passou a dominar a direção da
instituição, após a queda do governo Dilma Rousseff, que manteve o PT no poder
por quase 14 anos, isto é, 14 anos que foram, sem sombra de dúvidas, um dos
piores projetos de poder e o maior escândalo de corrupção que o mundo já
conheceu.
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