NACIONAL ENERGY

sábado, 2 de dezembro de 2017

POEMA - O silêncio entre nós (Anderson Damasceno)

O silêncio entre nós (Anderson Damasceno)

A frieza de um oi,
Pior que o silêncio,
Maltratando mais que o olhar escuro,
Na mulher, a franja...
Ou mesmo no homem de cabelo curto.

E o caminhar a que se segue é de vazio.
Não é falta de sentido,
É vazio que dali a alguns segundos vai se organizar,
Mas se demorar anos, essa cena vai ficar,
Porque o acontecido conseguiu angustiar.

Me angustiar?
Átono como se a ausência não pudesse ser pior que o silêncio,
Ou como se o som fraco também escondesse dor imensurável,
E aquela pessoa que não te disse te amo,
E deixou passar...

A vida?
Deixou passar a necessidade de se doer
O que há pra ser doído.
Mas nunca aceitar o oi frio, o olhar escuro,
A boca maldita sendo um buraco do mundo.

O silêncio entre nós,
Também feito de uma natureza avessa ao amor,
Já esteve nas bebidas mais mortíferas dos amantes.
E, agora,
Você carrega na aliança do teu marido.

Eu poderia zoar com Frodo, Bilbo Bolseiro,
Ou até com o Sméagol.
A poesia também pode passar por aqui,
Só que mesmo no caminho dela
Há morte para o leitor de doces.







Nenhum comentário:

Postar um comentário