“Curso de Panificação” promovido pela Igreja do Evangelho Quadrangular, em Belém, capital do Pará, por intermédio do Projeto Gênesis |
Anderson Damasceno
Pensadores brasileiros como Luiz Felipe Pondé chegam a
afirmar que a Igreja possibilita a geração de cidadania de maneira mais eficaz
que as medidas usadas pelo Estado.
Fazendo uma análise, esses intelectuais entendem que o
crescimento do núcleo evangélico na população brasileira representa duas
coisas. Primeira, o conservadorismo moral e de comportamento, isto é, um certo
endurecimento da visão de como as pessoas devem viver. Segunda, representa um
tendência ao liberalismo popular, pois os evangélicos assim como os
protestantes tendem a acreditar que as pessoas não devem ganhar se elas não
trabalharam por algo. É uma mentalidade de raiz protestante.
Por consequência, há uma tendência ao discurso de diminuição
do Estado e crítica ao gasto social, ajuda social. E também gera uma sensação
de diminuição da vida dependente do Estado.
Vamos imaginar um caso. Gente que vem de classe social menos
privilegiada, por exemplo, uma mulher que trabalha como empregada doméstica.
Ela entra na igreja, faz amizades, consegue levar o marido pra Jesus. O cara
que enchia a cara de cachaça e batia nela, agora recebe Jesus no coração. Algum
irmão também arruma emprego pra ele. O marido começa a trabalhar e já não gasta
o dinheiro da mulher só. Começa a ter mais recursos em casa e melhorar o
relacionamento maritalmente falando. Os filhos ficam alegres por causa do
equilíbrio familiar gerado pelos pais.
Pode se considerar ainda que a igreja propicia
sociabilidade. Agora, a família tem compromissos no final de semana. Ela também
promove a cidadania já que as famílias tomam decisões e vivem numa comunidade
pautada por valores e princípios cristãos.
Além disso, há nesse crescimento de comunidades
cristãs um sentimento de unidade, participação, em resumo, há um ganho nas
condições que sustentam e permitem ter cidadania.
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