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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

SONETO – Fé (i)natural


SONETO – Fé (i)natural (Anderson Damasceno)

A fé que me não é a fé do meu peito –
Que vem lá do alto, cheia de respeito.
A fé negativa, envenenada de morte,
É a crença positiva, que crê só na sorte.

Mas se olho pra vida, vejo graça na morte,
Vejo fé nas feridas, feitas pelos açoites,
Ouço a voz emudecida, imolada de noite,
A fé renascida, atravessando as três noites.

Do romper da cortina ao renascer dos corpos,
A força, que anima, trouxe a vida com sopro,
Encarou o cálice da ira, tomado em desgosto.

Se em cada alma, escondida, grita a vida,
Se em cada sonho, esquecido, sorriu um rosto,
Só a fé que é bem-vinda... vai fazer tudo novo.

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