CONFERÊNCIA CRESCIMENTO SOBRENATURAL

CONFERÊNCIA CRESCIMENTO SOBRENATURAL
No próximo sábado (26), a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) do Bairro Independência, sede da Região 337 em Marabá, será palco da Conferência Crescimento Sobrenatural, um evento que promete reunir fiéis e líderes religiosos em uma programação especial.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

AJUDEI SEM QUERER AJUDAR – CRÔNICA

     O quanto há de nobreza em se fazer o certo sem querer fazê-lo? Em se estender a mão para alguém ciente de que não há em si vontade alguma de estendê-la? Há alguma quantidade de beleza em se prestar socorro, a quem quer que seja, quando não encontramos em nós mesmos motivo nenhum que nos mova para tal?

Seria a nobreza do dever kantiano? Seria este o pagamento por meu ato-não-ato? São muitas as questões nadando na superfície desse mar de benevolência sem fonte. Quantas e quantas vezes me pego sacrificiando meu tempo, minha energia, minha saúde, meu tesouro pessoal por pessoas que eu jamais tinha visto antes.

E sacrificiei mesmo sem vontade!

E houve lucros de todo tipo na vida dos vários alvos do meu holocausto autoimposto.

Talvez exista algo, muito profundo, que dê conta de esclarecer o porquê de a natureza humana ser capaz de vivenciar tamanha incoerência, tamanha contradição, como na igreja do diabo. São ajudas sem expedientes. São ajudas que independem de horário de trabalho. São ajudas sem calendário. Sem data para cessar. Sem garantia de que, na próxima ação ajudatória, se fará com a vontade ausente na anterior.

O chato é que parece haver consequências. Parece que tudo isso nos leva a lugar muito ruim de se estar. Que lugar? O do não-amor sacrificial. Estaríamos, então, fazendo tudo aquilo que representa dar o próprio corpo para ser queimado em um sacrifício e benefício alheio, porém, marcado pelo ausente amor? Teria tudo a ver com o ato de transformar todos os bens pessoais em alimentos aos pobres – inda que sem sentir que haja amor suficiente em si ou o mínimo que justifique essa transformação?

Pior. Com que cara posso prestar ajuda a quem nitidamente sabe que não queremos ajudar? E, uma questão ainda mais dura: “Como é possível que as condições necessárias para que situações assim existam existem?”

A única resposta para tudo isso é: “O inexplicável existe!”.

Admitir que haja indícios de mistério em todas as práticas de não vontade, que se corporificam em boas ações filantrópicas.

Seria a misantropia que aprendeu a viver em sociedade? A misantropia domesticada?

Talvez, a resposta que nos leva a algo, a estar um pouco mais perto do inexplicável, seja a seguinte: é a pura e simples fé. Uma fé naquilo que não somos. Uma fé que nos move vazia de crença. Ou que nos move apesar de a não alimentarmos com a nossa manifestação mais comum de crença.

Reconheço: há algum absurdo quando nos deparamos com o inexplicável. Contudo, quisera eu que todas as minhas inexplicações fossem todas constituídas desse peculiar tipo de desprezo positivo: o desprezo que sempre se compadece e, pragmaticamente, ajuda outrem.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

A PROSA FINAL - CRÔNICA

            O dia amanheceu, “nas redes”, com memes que desejavam a morte do presidente Lula. Lembro bem de como foi ruim ver gente zoando com a “Fakeada” ou “Fakada-Fest”, ou jogar bola “artisticamente” com a cabeça de Bolsonaro, ou, pior, ver repórteres inteligentinhos, articulistas e colunistas, escreverem artigo de opinião desejando que o ex-presidente morresse.

            Não serei eu quem vai censurar as pessoas, nem tenho poder algum pra cercear nenhum dos lados da polarizada política brasileira, tampouco posso extirpar nenhum dos sujeitos que julgavam certo se expressar assim contra seus desafetos políticos. Mas, é importante bater um papo consigo mesmo e entender que sempre haverá uma última conversa para todos.

            Acredito que há uma necessidade, urgente e cada vez mais carente, de se promover a consciência do fim das coisas. Uma escatologia pessoal e de bom senso. Uma prosa poética sobre o final a que todos chegaremos.

            Muita gente vai ficar muito excitada com a notícia da morte de ambas autoridades políticas. Talvez, já haja apostas acerca de qual das duas personalidades vai ser a primeira a partir. Penso que é penoso as pessoas prosearem tanto sobre o fim dos outros e, poucamente, ou quase nada, refletirem sobre os últimos dias de si mesmos.

            Nós teremos uma conversa pela última vez. E, com quem será, sobre qual assunto, quais as condições em que estaremos quando cessarem todos os relógios, que conta pagamos com a nossa vida pelo tempo que se viveu... poderiam ser reflexões muito mais excitantes e edificantes. Porque, a cada dia que passa, mais fica manifesta perante todos QUEM VOCÊ REALMENTE É diante da vida que leva.

            Acredito, verdadeiramente, que carregamos uma mensagem com a vida que levamos. Em cada fala, a cada ato, por cada escolha, nossas ações e reações, lutas e desistências... tudo isso define a mensagem que carregamos com a vida. É essa mensagem que fica na vida daqueles que não somos.

            Saber que haverá a prosa final deveria gerar em nós maior consciência de que todos somos passageiros. De que ninguém todo o poder. Só de Um é o poder. Como dizia Bob Marley, contra os poderosos que acham ter muito poder: “Cause none of them can stop the time”. Há uma força muito poderosa, o tempo. E ela fará com que todos se calem. Que toda língua cesse. Não à toa Deus ser o Senhor do tempo. Ser o mudador das estações.

            Na poética do fim, espero ter deixado mais paz que dor, mais vida que desprezo, mais fé do que dívidas, mais abraços do que costas viradas em intransigência. Não importa com que será minha prosa final. Só importa que a prosa não acabe e que tudo que eu tenha dito com minha vida não seja silêncio sem amor, um corpo oco sem fé.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

NA MULTIDÃO DE E(R)ROS - POEMA

NA MULTIDÃO DE E(R)ROS

“Tudo dói, mas passa!”

 

Não vinha com manual de instruções...

A vida.

Nauro,

Machado.

Com letras de analfabeto

Escrevi não só a minha.

Rabisquei a de outros.

Rasurei.

Alguns me deram chance de (re)escrever.

Outros me apagaram com a borracha.

Fecharam seus cadernos pra mim.

Sequer me permitiam cola.

Contudo,

Diante de mim,

Permanecia a minha lida.

 

Ninguém nasce sabendo...

E o menino?

É pai do homem.

Pai dos Machados.

Pai de Wordsworth.

Enfim,

Não haveria maravilha no desconhecido.

Não haveria prazer ao se vencer o não saber.

Muito menos o gozo de nunca saber tudo,

Saber que o suficiente nunca é o suficiente.

Vivendo as incompletudes.

A sanidade do vir a ser.

A dispersão natural.

O melhor vai e vem!

 

Somos uma folha em branco,

Entretanto,

Sei que fui entretecido,

Magnificamente,

No ventre de minha mãe.

As cachoeiras não dão água.

Elas escorrem...

Elas só se sabem movimentos.

Seu líquido,

Numa vazão medida pelo maior Astro,

Banham as cabeças.

Banham as cabeças que nasceram sem pensar a si próprias.

Mas,

Foram magnificamente pensadas.

 

E a minha multidão?

Está no meu livro.

Foram esquecidos da minha mente.

Até onde o que é erro é erro,

Ou é aprendizado?

Durei tanto tempo pra agregar,

Pra ser rico como quem aprende com os erros,

Dos outros,

De si.

E agora, a fronteira entre o que me é riqueza

E o que me é memória em falta

Faz-me questionar:

“Que multidão! Sempre será estúpida como tantas outras?

Como a que levantou no madeiro o Salvador?”

Antes só...

E segue o ditado.

 

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

AS MUDANÇAS QUE NÃO VI - CRÔNICA

Há mudanças que aconteceram tão rapidamente, algumas estão acontecendo agora mesmo, a ponto de eu sequer perceber. Acho que muitas delas, até agora, ainda não consegui dar conta de sua dimensão. De sua mínima dimensão. Quem dirá da máxima. E, francamente, pareço bem desinteressado e nada disposto a gastar com meditação, energia, tempo e trabalho para “sacar o que tá pegando!”. Seria o Ser, e não o ser, heideggeriano!

Em que momento diminui ou quase parei de visitar a casa dos outros? Gente querida, gente amiga. Quantos anos já? Onde está a curva decrescente do meu consumo de artigos de opinião e leitura de romances? E o fim da vida esportiva, que tomou quase uma década da juventude, e a nova vida esportiva que nos últimos anos insiste em ficar? Ficou na vida de adulto.

Há mudanças bem significativas... mais do que essas. Porém, não me interesso por formulá-las. Só as aceitei. Principalmente as que não vi. Foram acontecendo. Em cascata. Até parece que o meu não querer formulá-las, dizer a matéria de que se faz cada uma delas, seja sinal não do meu desinteresse, mas da minha exata não dação de conta.

Quando eu dizia, há mais de uma década, que tenho dormido pouco, não imaginava que isso se tornaria ou se modificaria, no futuro, para noites de insônia. E, talvez por ser maior o desinteresse ou a despreocupação, nem mesmo posso dizer que importa ou me valeu algo a perda das noites. Uma ou outra, devo reconhecer, foi de puro despropósito ou necessidade de lazer não atendida. Contudo, sigo. Claro que com bem mais lazer do que noutros tempos.

Acredito que muita gente passa anos e anos sem se permitir feriar. E, uma das mudanças que me ocorreram foi sim, não a principal, só que muito substancial, foi a da prática do feriar. Em que momento exatamente eu me percebi como um homem que nunca curtiu férias? E por que cargas d’águas eu mudei?

Mudei que nem vi. Agora, prezo. Não mais preso. Eu ferio.

Que show da Xuxa é esse?!

Devo tá guardando no meu bloco de notas do celular muitas notações que foram ou seriam momentos de mudanças. Coisa para se fazer depois. Coisas para se mudar. Coisas que eram de me interessar. Não para aquelas horas em que anotei e, sim, para algum momento que no futuro viverei.

E vivi! Devo recordar de uma ou outra tomação de nota que virou material de minha vida futura – que ficou em algum momento do passado. Um mote de poema para se terminar. Uma senha para eu recordar onlinemente. Uma homenagem pra fazer. Só que... a maioria... mudou. E nem vi!

terça-feira, 5 de novembro de 2024

SOBRE A PALAVRA VIOLENTA - CRÔNICA

        E saiu... como se eu sequer tivesse pensado em dizer. Xinguei.

Saiu naturalmente como se nem fosse eu quem a teria dito. Porém, meus ouvidos denunciavam contra a minha boca. Meus ouvidos permaneciam não enganados diante do que minha mente queria. Queria negar o que dos lábios saiu.

Sim, saiu. E senti por segundos como se eu não fosse aquela pessoa. Por outro lado, alguém dentro de mim quis afirmar o próprio erro. Quis sustentar o fracasso em forma de singelo palavrão: “Essa porra!”; como se fracasso não fosse.

Que turbilhão, passado em segundos. Em um ou dois minutos, que seguiram, parecia que aquilo sequer houvesse existido. Era semelhante a um apagamento involuntário que a mente impunha convenientemente a si.

Contudo, é de pasmar! Não havia ambiente para aquilo. Estava muito longe de haver forças ou motivos suficientes para que alguém sucumbisse a dizer algum nome feio. E, talvez, por se analisar a incipiência de motivos presentes nessas circunstâncias e a tamanha absurdidade contida no meu erro, agora, posso revisitar aquele meu abismo momentâneo e minutal.

Afinal, o que me aconteceu?

Teria eu explodido por motivos em acumulado? Razões de outras temporalidades? De outras assujeitalidades? Quem sabe... estava distante de muitos momentos que me motivariam mais substancialmente a proferir impropérios? Só que o tempo do relógio não é como o tempo que constitui a natureza da memória e a dos sentimentos. E sigo. Teria me acometido um lapso de insensatez diante do não mensurar as forças reais da cena loco-temporal?

Eu sempre falo da intransigência das pessoas. Só que a minha, ali, estava tácita. Quase querendo-se virtuosa. Como pude? Ou quem pode? No entanto, assim fazemos.

Ainda preciso me apegar a um pouco mais de crédito e tolerância para comigo mesmo. Pois, tendo neste instante uma medida mais fiel do que foram as coisas e das coisas que me aconteceram, enxergo que as pessoas que foram alvo e pivô, o estopim, da minha palavra violenta não necessariamente se comportam virtuosamente. Pelo contrário, não poucas vezes já mereceram justos impropérios. Mas, por questões de escolha pessoal, fé, filosofia de vida e compromisso profissional, eu não jamais justificaria a minha conduta de ter xingado.

É verdade! Não xinguei as pessoas. Talvez, por certa pressa e precipitação, ficou aqui algo parecido com isso: o Anderson xingou direta e injustamente uma ou mais pessoas. Contudo, não foi nada disso. Minha fala foi a algo não orgânico, foi endereçada a algo não-pessoa, foi dita um elemento físico, material e prático. Enfim, eu disse: “Para de conversar bobagem e faz a porra dessa atividade!”. E com cara fechada. Ou seja, parecia bem sério. E com raiva.

Em síntese, é! Foi tudo isso sim. E não consigo recordar em nenhum momento da minha história em que sequer tivesse eu passado perto disso.

 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

PROFISSÃO DE FÉ - POEMA

PROFISSÃO DE FÉ

À minha frente, o futuro... alunos.
Atrás, o quadro... vida e conhecimento. 
Por dentro de mim, a fé... os estudos.
Sob os pés, a base... profissão e compartilhamento.

Na diagonal, os desafios... provas, exames e muros.
A queda, mais um ano... atrasos e lamento. 
Mas do alto, um olhar... esperanças e absurdos
Dizendo: siga em frente... um novo tempo.

De um lado, mil... sem preparos. 
À direita, dez mil... multidão do desatento.
A voz inclina, proferindo... aulas e pontos. 

O novo dia veio, atravessado... "margento".
O ontem passou, chorado... beirando sustentos. 
Porém, valeu a dor... o céu estrelado e bento.


quarta-feira, 9 de outubro de 2024

AS CAMADAS DA MENTIRA - CRÔNICA

      Para se observar as camadas da mentira existe uma questão elementar e inevitável. A mentira. Que ela aconteça!

É importante que o erro a ser escondido, que não é escondido de todos, já tenha sido cometido. É necessário que a vergonha que pode ser causada já tenha motivo consumado. Só é possível quando a dor que pode ser sentida já tenha se tornado sentida imaginosamente: contando com os atores que não podem saber da verdade sabendo-a. É crucial que o pecado, o delito em alguma escala da vilania, tome corpo, matéria e forma.

Vencida essa etapa, podemos, então, identificar a geologia da mentira, as eras em que ela se instala. Podemos localizar todas as camadas que o tronco do mal conseguiu arvorar, vasificando sua seiva bruta. Quem sabem possamos discernir, inda que por espelhos, alguma nítida luz, atravessando as brechas do inexplicável natural.

 Há a camada do querer falar a verdade. Há a camada do seguir mentindo para si. Há a camada do acreditar que é melhor mentir para os outros. E, por fim, há a camada de fora, isto é, a não-camada, a liberdade, definida enquanto a retirância de cima de si de todo o julgo-que-não-é-suave e do fardo-que-não-é-leve.

Na camada do querer falar a verdade, você está diante da pessoa sobre quem e a quem você acredita ser melhor mentir. A verdade caminha até tua mente, pula nos teus olhos e ganha feições nos traços da tua face, porém, ela enreda-se pela língua e salta fisicamente em ondas "amorais", sonorando a falsidade. Leve, indolor e conforme o script.

Na camada do seguir mentindo pra si...

Nunca conhecemos sua fundura n´alma. Seria a resposta mais simples e honesta. 

Não sabemos o quanto desse poço em secura pode prejudicar. A si e aos outros. Mas, sigamos com o a si. Sequer imaginamos que seja um abismo chamando outro abismo. É nessa camada que a verdade permanece desconhecida de nós mesmos. Nós nos tornamos desconhecedores de quem somos perante nosso próprio espelho interior.

E, na camada mais covarde da mentira, nela, habita o mal. Nela, a crença que apaga qualquer sentido da vida do outro em nós. Anula e desumaniza. Apaga o Espírito Santo e nos descristianiza. Nela, o senso de toda uma existência dual alquimiza-se em vazio. Isso nos faz questionar de que matéria é construída a dura camada, que dá corpo, que constrói – destruindo-nos – a camada do seguir crendo que mentir às outras pessoas é melhor.

Por fim, há a que devia só haver. Há a em que muitos vivem sem ha(v)er.

Há a camada que, por ora, e por anais, muita gente questiona, filosofa, discrepa... 

O lado de fora.

domingo, 6 de outubro de 2024

CULTIVE SEU NARCISISMO - CRÔNICA

Cultive certo narcisismo, um peculiar narcisismo. Pois você não sabe até que ponto as pessoas vão querer te usar, caso você não se sinta melhor do que elas.

Não abandone por completo Teu egoísmo, porque você não imagina o quanto de gente vai te chamar de desumilde, se você não fizer, exatamente, aquilo que elas querem.

Tenha sabedoria para travar uma batalha com o teu próprio ego. Isto é, todas as pessoas sábias batalham com e contra o próprio ego. Isto é inescapável. Mas nem sempre o ego dos outros vai usar de sabedoria para julgar o teu.   

Mantenha uma quantidade de personalismos, já que tentar agradar a todos é uma maneira muito triste de não honrar quem você é, jogando fora tua identidade própria.

Não jogue fora o rei que você tem em teu umbigo, já que as chances de te chamarem de pessoa sem qualidade nenhuma, vazia, também é uma das consequências de quem se sacrifica pelos outros e por todo mundo. Pois, no meio do todo mundo, que recebeu teu sacrifício, também tem gente que vai te chamar assim.

Nem sempre é ruim se sentir a última bolacha do pacote. Saiba que muita gente vai avaliar você como quem não dá valor nenhum a si mesmo. Seria muito bom te pegarem num dia desses de bolachinha preciosa.

Não arrisque anular teu orgulho próprio. Ainda que você pense não ser melhor nem pior do que ninguém, lute para nunca ser o pior nem continuar tendo a mesma quantidade de amor próprio que ontem.

Ame-se mais!

Neste mundo, há um intercâmbio obscuro de signos e espelhos da alma. Não há garantia nenhuma de que o bom senso, seja o dos olhos que te denunciam, seja o dos olhos que se autojulgam, tenha sido bem desenvolvido.

Talvez, muita fração do bem que as pessoas julgam ver em si mesmas, elas mesmas reputam ser o mal que elas enxergam na vida do próximo.

E vice-versa!

Enfim, cuide para que a luz há em ti não sejam trevas. E tenha muito mais cuidado ainda para que não sejam tão grandes tais trevas.   

sábado, 14 de setembro de 2024

LUTANDO PELO O QUE NÃO DURA - CRÔNICA


Anderson Damasceno

Em quantas brigas inférteis eu já me meti? E em quantas delas o motivo, que eu julgava ser o certo, não o era? A energia que eu acreditava valer a pena aplicar não valia. E todo o tempo, que eu sequer me importava em gastar, esse, sim, valia. Porém, todas as brigas foram trocadas por um grande e abstrato nada.

Pior, tudo foi transmutado pela memória do inacabado.

Algumas das improdutivas lutas duraram pouco. Outras duraram anos. E, no final das contas, a conta e os juros da infertilidade só inflacionaram. Muita coisa boa foi abortada. Anos de devoção errada não vingaram. E o coração que pulsava soube que seus pulsos não bombearam nada.

Talvez, vai, bombearam um sangue sisificado... e as pedras erguidas, ou roladas pelos punhos de seu dono, construíram no máximo a mente de sua jornada. Uma mente de travessia. Uma mente em lemniscata.

Bora lá!

Primeiramente, tirar esse tipo lição para continuar vivendo, com sobriedade, a vida, olha, não é nada fácil. Conviver com a autopercepção de que se investiu muito alto num vazio de nada é perturbador. É insonificante!

Foi aos 35 anos, depois dos anos 2020, eu acho, que pude ter algumas experiências com o pânico, com picos de ansiedade e com a perda de sono. Três coisas cujas existências nunca foram empíricas para mim. Ocupavam não a memória do inacabado, mas, quem sabe, alguma parte pequena do Ser. Não nesse grau angustiante, de agora, “e de por anos”, que me fazem olhar minhas mãos improdutivas.

E olha que já perdi sono nos corujões de CS da juventude. Melhor, nas vigílias de fé para uma nova juventude. E ambas não foram improfícuas. Houve boa colheita.

Contudo, esses episódios acontecidos de lá pra cá, possivelmente, só estariam coroando toda a minha violenta infertilidade de briguento. Acredito que estou disposto a admitir isso.

Nem toda briga é justa. Nem todo sacrifício é certo. Vou fazer o esforço de recordar algumas das vezes que lutei por coisas de baixo valor. Confesso que farei um tipo de esforço de quem foge. O tipo de esforço em que se enxerga o mal e se conhece o mal, só que não consegue sobre ele falar. Não consigo detalhar sua face que, por agora, já tem até um pouco das rugas que encontro na minha. Mas estou de uma distância de segurança em que posso fitar.

Sempre há um mal que a gente quer esconder antes que outros o enxerguem como nos os enxergamos. Quem sabe, o medo mesmo seja o de sermos pegos olhando para o nosso próprio mal improdutivo, pois, nesse exato momento, dos que nos olham, muitos podem saber que a gente já se sabia.

É bom encarar o mal. Do mesmo modo que é bom refletir.

E, quem sabe, vou descobrir um dia que as quantas brigas inférteis ao menos puderam me dar um bom e grande nada, para que eu possa carregar, consciente, de que as perdas e os não resultados, que sisificaram, não puderam impedir as novas brigas.

Quando eu falo “brigas” posso estar me referindo a pessoas, a projetos, a sonhos que se criam certos. Sonhos em que eu os cria bons.

E... olha só! Recordei confessando pelo menos duas lutas de improdutividades. Numa, fujo. Noutra, espero que vocês nunca me vejam enquanto estou olhando para mim.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

A PILHA DOS DIAS - POEMA

Deixados para depois,

Que não são feitos,

Somados ao que não se teve tempo de fazer.

 

Desejos que eram os próximos,

E até hoje não realizados,

Estão bem próximos das urgências nunca cumpridas.

 

Amontoa-se...

Enfileira-se...

Almoxarifa-se...

 

Prazos dados seriamente para si,

Mas nenhum si ousou,

E ninguém mais voltou a tratar.

 

Planilhas preenchidas,

Listas escritas e satisfeitas,

Tudo junto com números que a pilha do tempo vê parados.

 

Energias acumuladas,

Novos hábitos iniciados,

Seguidos de uma perdição de mente que demora autolocalizar-se.

 

Propósitos erguidos,

Verbalizados de si pra si e de si para outros,

Desatualizados seguem no local substratado.

 

Mas o Senhor do tempo anda,

Imparável,

Sabendo bem a quem cabe a pilha.


segunda-feira, 15 de julho de 2024

BARBEARIA, EDUCAÇÃO E EMPREENDEDORISMO – ENTREVISTA COM MANO ELVES

Jovem empreendedor, Mano Elves desperta
turma de iniciantes no ramo da Barbearia
















 

Anderson Damasceno

 

O jovem empreendedor, Elves da Conceição Alves, mais conhecido como “Mano Elves”, é natural de Marabá (PA), tem 29 anos e dedicou grande parte de sua formação estudando em cursos técnicos, participando de treinamentos com profissionais de renome, bem como investindo coração e disciplina na busca de sua especialização na área da barbearia. Especializou-se em Visagismo, cortes clássicos, além de cortes e penteados artesanais e Colorimetria. 

Nos últimos anos, o jovem empreendedor é o grande maestro que está no comando da “Barbearia Mano Elves”, estabelecimento localizado na Rua Ceará, Nº 82 – Bairro Laranjeiras (Núcleo Cidade Nova). Nesse lugar, atrativo e aconchegante, o Mano Elves atende clientes, amigos, parceiros e um público especialmente seleto: seus alunos.

No passado, antes de empreender no ramo da barbearia, Elves Alves atuou na área de vendas. Um tempo em que ele pôde desenvolver parte das habilidades também necessárias para “barbeirar” com qualidade.

Na entrevista, o Mano Elves foi perguntado sobre qual teria sido o evento motivador – ou quais eventos teriam-no influenciado a ponto de gerar o interesse pela barbearia?

“No caso, a área da barbearia, ela simplesmente surgiu na minha vida. Para mim, era só uma forma de passar o tempo. Aparentemente, não era nada sério. Mas, quando eu parei pra pensar, eu já estava ganhando melhor que a minha profissão anterior, e me sentindo profissionalmente recompensado. Senti que tinha mais reconhecimento e acabei procurando mais e mais por conhecimento na área. Na barbearia, graças à Deus, hoje já sou referência na cidade”, recorda.

MERCADO MARABAENSE DEMONSTRA SER PROMISSOR

Na avaliação do Mano Elves, a realidade desse mercado, em Marabá, tem se demonstrado um ótimo ramo, pois: “Vem crescendo muito, e vai crescer muito mais nesses próximos anos”. 

Mano Elves também foi questionado: “Há espaço para novos profissionais e novos empreendimentos na cidade, ou se o desafio ainda é qualificar gente capacitada para atuar na área?”

“Muita gente vai se profissionalizar no mercado da barbearia, exatamente para atuar em grandes barbearias locais. Percebo que muitos vão se tornar empreendedores na área da barbearia”, considera.

Em suas palestras, o Mano Elves tem recebido um o público mais jovem. Isso nos leva a pensar: “Essa relação faz parte da ‘pegada educativa’ que você busca imprimir na própria carreira?”

“Na verdade, embora eu tenha tido algumas oportunidades para compartilhar conhecimentos com os jovens, meu público de preferência é outro. Eu prefiro trabalhar com um público mais maduro, porque esse público geralmente já sabe o que almeja. Eles querem e dão o seu máximo para aprender e mudar de vida com essa área”, observa.

EDUCAÇÃO E CONHECIMENTO NO "MANO ELVES ACADEMY"

Outra questão feita ao entrevistado foi sobre os cursos. Há algum tempo, Mano Elves lança material de estudo, oficinas, mini-cursos e capacitações para instruir novos barbeiros. Então, o “Mano Elves Academy” é a reunião de todo esse material ou algo totalmente diferente? 

“Na verdade, o Mano Elves Academy é um dos cursos com certificação e um grande treinamento com oito módulos, que vão do básico ao avançado, contendo aulas teóricas e práticas. E, no final de cada módulo, ocorrem as avaliações para ver se o aluno está apto a passar ao próximo nível”, esclarece.

Atualmente, entre os cursos que estão em andamento no “Mano Elves Academy” podem ser listados:

*Cortes e angulação (masculino);

*Design e simetria de barbas;

*Design de sobrancelhas (masculino);

*Transformação e alinhamento capilar;

*Colorimetria e mechas masculinas;

*Biossegurança na barbearia;

*Anatomia capilar;

*Atendimento com excelência e empreendimento;

SERVIÇO – O público que tem interesse em participar pode fazer a sua inscrição, e fazer parte desse grande projeto pelo contato: (94) 99246-8620.

sexta-feira, 12 de julho de 2024

PROJETO 100% LIBERDADE - Presidiários recebem acolhida e palavra de fé de pastores e líderes da Igreja Quadrangular

Pastor Celso, o "Apóstolo dos cárceres", e equipe de líderes
têm cumprido poderosa missão nas restauração de vidas

 

 













Anderson Damasceno

Conheça o perfil oficial do projeto.
O Projeto “100% LIBERDADE” é capitaneado por líderes e pastores da Igreja do Evangelho Quadrangular, no estado do Pará, visando alcançar vidas de pessoas que estão em conflito com a lei e integram a gigante massa carcerária no Brasil. 

Um dos grandes nomes à frente deste trabalho é do pastor Celso Hiter, que teve um encontro sobrenatural com o Senhor Jesus Cristo, enquanto vivia na pele as consequências de uma vida delituosa.

O poder do testemunho de vida do pastor Celso Hiter, carinhosamente chamado de "Apóstolo dos cárceres", e o exemplo de transformação de centenas de pessoas que fizeram uma aliança genuína com Deus, depois de estarem atrás das grades, têm impactado milhares de pessoas nas cidades paraenses.



 

VENCER PRECONCEITOS E ESTENDER A MÃO

Pastores Evando (à esq.) e Ronisteu são colaboradores
do Projeto 100% Liberdade em Marabá e regi~çao

Além de ser um trabalho que muito enobrece a comunidade quadrangular paraense, o 100% LIBERDADE também representa a ação da igreja do Senhor Jesus no papel de ressocializar e integrar novamente homens e mulheres à sociedade. 

Em março de 2024, o pastor Celso, na companhia dos também pastores quadrangulares, Rodvaldo Chaves (IEQ-Marituba) e Edmundo Mouro (IEQ-Altamira) no CRMV - Centro de Recuperação Masculino de Vitória do Xingu.

Em Marabá, os pastores Evando Filho e Ronisteu Araújo (vereador da cidade) realizaram a extensão do Projeto 100% LIBERDADE. Os pastores Aguinaldo (IEQ-Canaã) e Rarison (IEQ-Itupiranga) somam forças com Evando e Ronisteu para ações em favor do segmento carcerário.

Ao criar uma ampla rede de discipuladores, evangelistas e colaboradores (empresários e profissionais liberais), os pastores da IEQ e a comunidade evangélica conseguem criar um caminho de esperança. Com fé e com o apoio de irmãos compromissados, esse novo caminho tem se demonstrado mais efetivo na criação de oportunidades – especialmente para quem deseja viver uma vida nova.











quarta-feira, 10 de julho de 2024

CONGRESSO DE JOVENS EM XINGUARA – Pastor Maurício Santos (IEQ-Marabá) ministra mensagem no “ACENDE OUTRA VEZ”

Pastor Maurício (à dir.), acompanhado pelo pastor Ronisteu e
Lindomar (IEQ-Parauapebas), no evento Manhã ao Pé da Cruz 2024











O pastor Maurício Santos, líder da Juventude Alfa, vai ministrar a maravilhosa palavra de Deus, durante o Congresso Estadual Setorizado de Jovens, que vai acontecer neste fim de semana, entre os dias 12, 13 e 14 de julho, no município de Xinguara, localizado a cerca de 245 km de Marabá. 

A convite do anfitrião da grande festa, o pastor Junhão, superintendente da Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ-Xinguara), caravanas com jovens de várias de cidade do Pará, especialmente da região do Carajás, vão participar destes dias de grande mover espiritual e adoração.

A caravana liderada pelo pastor Maurício Santos representa a juventude da Igreja do Evangelho Quadrangular (Campo 158), em Marabá, uma das mais conhecidas pelo potencial estético-evangelístico e de dramatização artística nas Mostras de Artes, a cada ano.  

Segundo os organizadores, com o tema anual, “ACENDE OUTRA VEZ”, o Congresso da Geração Forte coloca em relevo o desafio que cada jovem enfrenta: conhecer Jesus e seguir na busca por uma fé renovada, marcada pela ativação de dons, inovação de ministérios e manifestação da glória de Deus. 

O evento vai contar com a presença do pastor Josué Bengtson, profeta e líder da IEQ-Pará, do pastor Paulo Bengtson, presidente da Geração Forte no estado, bem como das pastoras Esterlita Santos (IEQ-Parauapebas) e Noemy Nery (IEQ-Redenção), entre outras lideranças. 











domingo, 7 de julho de 2024

PARQUE SÃO JORGE – Reforma do campo de futebol anima e alerta os moradores

O mês de julho iniciou com obras na Rua Goiás, uma das mais afetadas
ano a ano, quando as chuvas transbordam no Parque São Jorge

 










Vereador Pastor Ronisteu fiscaliza andamento
das obras, atendendo à convocação de moradores

A população que reside nos Bairros Bom Planalto, Liberdade e imediações, aguardam com anseio e otimismo o encerramento das obras no campo de futebol, mais conhecido como Parque São Jorge. O espaço de lazer é localizado entre a Avenida Sudoeste e a Travessa Nossa Senhora Aparecida, às proximidades da Panificadora Novo Éden. 

Porém, entre o final do mês março e início de abril, populares acionaram representantes do Poder Legislativo, como o vereador Pastor Ronisteu Araújo, para acompanhar in loco o andamento das obras. 

Durante as chuvas deste ano, muitas casas, lojas de conveniência e até igrejas sofreram com alagamentos repentinos, provocados pelas chuvas, somadas a bueiros entupidos ou à falta de saneamento nas demais ruas do bairro.

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O SANTO E O DRAGÃO

Os serviços da Secretaria de Obras (SEVOP) animam e alertam a população. Acompanhados por moradores, o parlamentar verificou a situação que afetou principalmente as residências vizinhas ao Parque São Jorge. 

Segundo o vereador Pastor Ronisteu, o campo de futebol é um ambiente que representa muito para a cultura esportiva local, e, com a finalização das obras nos próximos meses, voltará a alegria semanal de grande parcela de jovens e de adolescentes, de adultos e do público “boleiro”.

Por outro lado, observa o Pastor Ronisteu, os moradores do Bairro Bom Planalto também se preocupam com os “efeitos colaterais" da reforma no Parque São Jorge. Ou seja, quem mora nas casas que ladeiam os muros do campo de futebol está em alerta, para que as obras de saneamento de básico e concretagem asfáltica, no entorno, sejam do mesmo modo concluídas.

Neste mês de julho, os serviços de implantação dos bueiros estão acontecendo em vias como a Rua Goiás, que terminam no muro do São Jorge.