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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

12º PAPO LITERÁRIO - Marabá recebeu Carlos Correia, escritor e cantor paraense que venceu prêmios nacionais

Carlos Correia, escritor premiado em nível estadual e nacional, semeia sua poética


Jovens de várias escolas públicas marcaram presença





Carlos Correia (à esq.) foi diplomado pelos membros da
Academia de Letras, Eduardo Castro e Airton Souza



























Carlos Correia sorteou algumas de suas obras para
o público. Professores Katiucia Oliveira e Anderson
Damasceno foram agraciados.  
O escritor e cantor de Belém, Carros Correia Santos, foi o artista convidado para a 12ª edição do Papo Literário, realizado na noite de segunda-feira última (02). O encontro é promovido pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e reuniu artistas de Marabá e região, estudantes universitários, professores e profissionais de diversas áreas, sob as acomodações da Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, situada ao longo da Avenida 5 de Abril, na Marabá Pioneira.
Autor de mais de 20 obras, Carlos Correia produziu textos nos mais diversos gêneros literários e com eles foi vencedor de inúmeros prêmios, tanto em nível estadual quanto nacional. O literato tem formação em Jornalismo e passou pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade da Amazônia (Unama).
Na ocasião, o mediador do bate-papo, poeta Airton Souza, apresentou o escritor como um multi-literário e procurou saber como foi o primeiro contato dele com a leitura.
“O ambiente de biblioteca foi especial para eu começar a ter algum contato com a literatura. Aos onze anos, eu estudava numa escola de Belém em que certo professor promoveu um concurso de poemas. O prêmio era ter o direito de colocar o poema na porta da biblioteca. Eu venci com o poema noites da vida. Então, como ninguém me conhecia, eu ia para porta ver a reação das pessoas que liam. Os comentários delas me fizeram perceber que eu podia me comunicar de uma forma diferente”, recorda Correia.  
Também houve uma grande surpresa para o poeta paraense.
O presidente da Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará (ALSSPA), Eduardo Castro, fez a diplomação de Carlos Correia como escritor correspondente da Academia. Ao lado de Airton Souza, os membros honoráveis deram vivas ao novo membro da entidade.

Jovens de várias escolas públicas, inclusive estudantes universitários marcaram presença. O estudante, Guilherme Fernandes Silva, de 18 anos, que cursa o ensino médio na Escola Inácio de Sousa Moita, localizada no Km 7, e Dalvinus Costa, 22, que cursa a turma de Letras 2011, vieram com os amigos. Um bom sinal de que a arte tem ganhado o gosto da juventude marabaense.  
Além do sorteio de livros, Carlos Correia escreveu letra de música, que enaltece a cidade de Marabá, e cantou para o público.

PAPO LITERÁRIO
Universitário Dalvinus Costa, que cursa Letras
2011 na UNIFESSPA, veio com as amigas
Vários artistas e militantes da arte participaram da noite poética. Entre os que prestigiaram a conversa com Carlos Correia estavam os cantores Javier Di Mar-y-abá e Nilva Burjack, a produtora cultural da Toca do Manduquinha, Marisol Nascimento, os poetas Joelthon Ribeiro e Katiucia Oliveira, e Claudimar Campos, que trabalha com dramaturgia no Instituto Hosana Lopes de Abreu.
Carlos Correia novamente recebeu pergunta sobre o ofício do poeta, uma vez que um dos mitos é de que a poesia vem do nada.
“Eu não gosto dessa história de que a gente que escreve recebe inspiração. Isso fica parecendo que somos seres mágicos, e faz as pessoas se esquecerem que a arte exige exercício, é esforço. Eu acredito em motivação”, detalha.
Questionado se o trabalho artístico exige pesquisa, ela ressalta o levantamento que precisou pra realizar um de seus romances, “Velas na tapera”, que o levou inclusive a dar palestra em Portugal.  
“Forlândia é uma cidade americana no meio da floresta amazônica. Lá pelos anos vinte e trinta do século passado, a empresa Ford cria as linhas de montagem. O projeto não dá certo e toda aquela cidade, construída no modelo americano de vida, com cinema, campo de golfe, tudo para receber os funcionários, é abandonada. É neste cenário que a personagem Rita Flor perde uma filha. E por ser pobre, vira prostituta para ganhar dinheiro a fim de criar uma capela para santificar a filha morta”, relata.
O artista reservou um grande período do seu discurso, para tratar da postura do povo amazônida.  
“O paraense é uma figura que parece estar vivendo debruçado numa janela, olhando para a região sul e sudeste do Brasil. E esquece que em volta dele há um salão enorme, uma casa fantástica, a própria história da região norte e do quanto temos contribuído com a nação”, pontua.

VIDA E OBRA
Estudante da Escola Inácio Sousa Moita,
no KM 7, Guilherme Silva, de 18 anos,
conhece escritor premiado
Poeta, contista, cronista, dramaturgo, roteirista e romancista, Carlos Correia Santos tem feito da diversidade uma grande marca de sua carreira. É escritor vencedor do Prêmio Dalcídio Jurandir 2008, na categoria romance, com a obra "Velas na Tapera", concurso de vulto nacional criado para celebrar o centenário do romancista Dalcídio Jurandir. É autor do premiado livro de poemas “O Baile dos Versos”, obra que ganhou especial saudação da Academia Brasileira de Letras, em 1999. 
Laureado em concursos regionais e nacionais como o Prêmio IAP (Instituto de Artes do Pará), na categoria Dramaturgia (2008), o Prêmio IAP de Literatura – categoria Teatro (2004), o Prêmio Funarte de Dramaturgia por três anos consecutivos (2003, 2004 e 2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Fomento ao Teatro (2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Circulação Nacional (2006) e o Edital Seleção Brasil em Cena do Centro Cultural Banco do Brasil.

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