Carlos Correia, escritor premiado em nível estadual e
nacional, semeia sua poética
Jovens de várias escolas públicas marcaram presença |
Carlos Correia (à esq.) foi diplomado pelos membros da Academia de Letras, Eduardo Castro e Airton Souza |
Carlos Correia sorteou algumas de suas obras para o público. Professores Katiucia Oliveira e Anderson Damasceno foram agraciados. |
Autor de mais de 20 obras, Carlos Correia produziu textos
nos mais diversos gêneros literários e com eles foi vencedor de inúmeros
prêmios, tanto em nível estadual quanto nacional. O literato tem formação em
Jornalismo e passou pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade da
Amazônia (Unama).
Na ocasião, o mediador do bate-papo, poeta Airton Souza, apresentou
o escritor como um multi-literário e procurou saber como foi o primeiro contato
dele com a leitura.
“O ambiente de biblioteca foi especial para eu começar a ter
algum contato com a literatura. Aos onze anos, eu estudava numa escola de Belém
em que certo professor promoveu um concurso de poemas. O prêmio era ter o
direito de colocar o poema na porta da biblioteca. Eu venci com o poema noites da vida. Então, como ninguém me
conhecia, eu ia para porta ver a reação das pessoas que liam. Os comentários
delas me fizeram perceber que eu podia me comunicar de uma forma diferente”, recorda
Correia.
Também houve uma grande surpresa para o poeta paraense.
Jovens de várias escolas públicas, inclusive estudantes universitários marcaram presença. O estudante, Guilherme Fernandes Silva, de 18 anos, que cursa o ensino médio na Escola Inácio de Sousa Moita, localizada no Km 7, e Dalvinus Costa, 22, que cursa a turma de Letras 2011, vieram com os amigos. Um bom sinal de que a arte tem ganhado o gosto da juventude marabaense.
Além do sorteio de livros, Carlos Correia escreveu letra de
música, que enaltece a cidade de Marabá, e cantou para o público.
PAPO LITERÁRIO
Universitário Dalvinus Costa, que cursa Letras 2011 na UNIFESSPA, veio com as amigas |
Carlos Correia novamente recebeu pergunta sobre o ofício do
poeta, uma vez que um dos mitos é de que a poesia vem do nada.
“Eu não gosto dessa história de que a gente que escreve
recebe inspiração. Isso fica parecendo que somos seres mágicos, e faz as
pessoas se esquecerem que a arte exige exercício, é esforço. Eu acredito em
motivação”, detalha.
Questionado se o trabalho artístico exige pesquisa, ela
ressalta o levantamento que precisou pra realizar um de seus romances, “Velas
na tapera”, que o levou inclusive a dar palestra em Portugal.
“Forlândia é uma cidade americana no meio da floresta amazônica.
Lá pelos anos vinte e trinta do século passado, a empresa Ford cria as linhas
de montagem. O projeto não dá certo e toda aquela cidade, construída no modelo
americano de vida, com cinema, campo de golfe, tudo para receber os
funcionários, é abandonada. É neste cenário que a personagem Rita Flor perde
uma filha. E por ser pobre, vira prostituta para ganhar dinheiro a fim de criar
uma capela para santificar a filha morta”, relata.
O artista reservou um grande período do seu discurso, para
tratar da postura do povo amazônida.
“O paraense é uma figura que parece estar vivendo debruçado
numa janela, olhando para a região sul e sudeste do Brasil. E esquece que em
volta dele há um salão enorme, uma casa fantástica, a própria história da
região norte e do quanto temos contribuído com a nação”, pontua.
VIDA E OBRA
Estudante da Escola Inácio Sousa Moita, no KM 7, Guilherme Silva, de 18 anos, conhece escritor premiado |
Laureado em concursos regionais e nacionais como o Prêmio
IAP (Instituto de Artes do Pará), na categoria Dramaturgia (2008), o Prêmio IAP
de Literatura – categoria Teatro (2004), o Prêmio Funarte de Dramaturgia por
três anos consecutivos (2003, 2004 e 2005), o Prêmio Funarte Petrobras de
Fomento ao Teatro (2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Circulação Nacional
(2006) e o Edital Seleção Brasil em Cena do Centro Cultural Banco do Brasil.
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