Em memória de Abraão
Castilho
PRIMEIRO ATO
Anderson: Eu vim aqui para lhes falar,
Falar com seus corações.
Agucem os ouvidos,
Venham escutar,
Tudo que nessa noite
O Espírito deseja declarar
Para todas as nações.
No princípio, Ele era o verbo,
E o verbo estava com Deus
E o verbo era Deus.
Através dele
Tudo se fez,
Tudo é feito,
E graças a Ele
Podemos ter vida outra vez.
Tayrine: Pastor! Pastor...
Vamos conversar.
Necessito a minha mente clarear
Existe algo que não compreendo
Por isso, peço-lhe, explique-me com paciência.
Pois não encontro coerência,
Como achas tamanha benevolência
Num conjunto de letras
Que apenas verbalizam nossas ações.
Por que pedes então para abrirmos os nossos corações?
Anderson: Quero te contar sobre algo,
Que estava com alguém,
É alguém muito especial,
Que se importa com os ninguéns,
É uma pessoa divina. Ele é O Amém.
Logo, logo te direi,
De onde vem a coerência,
E a razão de tanta benevolência.
Mas primeiro, preciso que entendas
O maior segredo do coração:
Ele foi feito pra carregar.
O coração é uma tábua,
Onde Deus pode se expressar.
Mas nos corações duros,
As suas letras não podem entrar.
É necessário que o dono abra,
Para que o verbo de Deus possa morar.
Tayrine: Confusa e aflita irei permanecer.
Estou prestes a sair e ainda não pude entender.
Se falas, não memorizo,
E quanto o tratas como humano,
Da minha boca, confesso:
Até escapa o sorriso.
Veja bem, pastor,
Me escute, por favor,
Os verbos que conheço,
Entre outros é: ouvir, falar e andar.
Que verbo é esse que apresentas,
Que tem o poder de carregar – e
Que também sabe o que é amar?
Anderson: Coração não foi feito pra ter uma bagagem,
De dores ou maus sentimentos.
Nem foi idealizado pra alimentar ressentimento.
O coração nos foi dado para guardar nosso sustento.
Nos dias maus viver com fé Deus,
E nos dias bons com entendimento.
É no coração que mora o Verbo,
O único capaz de amar,
Que tem força para perdoar
E é capaz de abençoar.
É um verbo feito de sentimentos,
Divinos, mais que humanos.
Ele cuida da sede dos nossos pensamentos,
Derrama amor no coração humano.
O verbo também caminha,
Ele fala
E nos encanta.
Não precisa de magia,
Basta a sua palavra santa.
Quando Ele fala o mundo cria
E suas palavras nos espanta.
Ficamos assombrados,
Com tudo o que se cria
E ainda hoje sua voz é como chama.
Tayrine: Qual é o nome desse verbo?
Eu posso vê-lo?
Posso senti-lo ou falar com Ele?
Sei que meu tempo está acabando,
Mas mesmo assim sinto que preciso dele.
Conte-me, pastor!
Isso é tudo que te peço.
Afinal, onde que o encontro?
Em que lugar posso conhecer?
Anderson: Quer aquele que dá a vida,
E que faz tudo acontecer?
Aquele que é o próprio verbo,
Ele escolheu não viver sem mim,
Escolheu não viver sem você.
* Demorei uns dias para encontrar esse poema. Foi escrito há mais de seis anos e quero publicá-lo em homenagem à memória do jovem pastor Abraão Castilho, que viveu apaixonadamente a missão do Evangelho e foi colhido pelo Senhor Deus, neste mês agosto de 2023.
O texto de caráter sacro-artístico foi dramatizado durante
uma das intervenções evangelísticas chamada “REINART”, realizada no ano de 2017,
e idealizada pela juventude da Igreja Reino, em Marabá (PA), onde pude conhecer
Abraão e o carinho que ele nutria por sua comunidade evangélica e pela obra do
Senhor Jesus.
CONFIRA MAIS SOBRE O REINART (IGREJA REINO)
Que homenagem mais linda. Amei!
ResponderExcluirQue a memória do meu filho seja sempre lembrada com carinho, perdi um filho, um amigo e o grande amor da minha vida.
ResponderExcluirUm cara apaixonado por Jesus e pela família. Não será esquecido!
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