Anderson Damasceno
Homenagens de um lado, gritos de revolta do outro. Assim foi
a manhã desta quarta-feira (23), na Câmara Municipal de Marabá (CMM), onde
ocorria a Sessão Solene em alusão ao Dia do Soldado (25 de agosto). Em greve há
duas semanas, os professores de Marabá que lotavam o plenário, e dividiam
cadeiras com os soldados, bradaram a palavra de ordem: “Tião caloteiro, pague
meu dinheiro!”.
Após o encerramento da sessão, os parlamentares realizaram
reunião para ouvir a pauta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública
do Pará (SINTEPP).
Segundo Joyce Rebelo, integrante da comissão do SINTEPP, os
vereadores formaram uma nova comissão que vai reunião com o prefeito Sebastião
Miranda, para tratar da pauta do vale-alimentação, pois a negociação da última
reunião parou no valor de R$ 520,00. Os vereadores também se comprometeram em
ajudar na pauta do piso do magistério.
“Os vereadores defenderam que o Poder Executivo deve fazer o
enxugamento da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), no que diz respeito
aos gastos, exatamente para poder achar o percentual de enquadramento do piso
salarial dos professores”, observa Rebelo.
É válido recordar que na última quinta-feira, 17 de agosto, o
prefeito Sebastião Miranda participou de reunião com os três sindicatos
(SINTEPP, SINTESP e SERVIMMAR) e deu “carta branca” para que os sindicatos
sentassem com a pasta de planejamento, tendo como objetivo organizar a estrutura
da máquina pública, justamente para garantir o reajuste de todos os servidores
do município.
Publicidade
VEREADORES DE MARABÁ SE MANIFESTAM EM RELAÇÃO À GREVE DOS
PROFESSORES
Durante a Sessão Solene, os parlamentares tiveram jogo de cintura
para poder dar seguimento às homenagens sem desconsiderar o protesto e os anseios
dos grevistas.
Os vereadores Márcio do São Félix, Ilker Moraes e Marcelo
Alves discursaram em defesa dos professores, durante tempo de tribuna.
“O governo municipal, historicamente, sempre usa o argumento
de que não tem recursos financeiros, seja para não pagar os servidores, seja
para diminuir seus salários. Porém, é preciso ter transparência nos recursos
que caem na conta do município. Não consigo entender como Palestina paga o piso
dos professores, mas Marabá não”, compara Ilker Moraes.
Por sua vez, o vereador Pastor Ronisteu Araújo defendeu o
cumprimento do acordo feito em favor da categoria dos educadores. “O prefeito Tião
tem que cumprir o acordo que ele fez com os professores. Deve cumprir as pautas
dos professores, que foram feitas em mesa de negociação”, ressalta.
Ainda segundo o pastor Ronisteu, há uma grande defasagem no
salário dos professores, em virtude dos reajustes feitos pelo Governo Federal e
que ainda não foram repassados para os educadores.
“Também é preciso atualizar o vale alimentação, definir o pagamento
da hora-atividade, além de outras reivindicações que são legítimas”, afirma o
pastor Ronisteu, em concordância com os profissionais da educação.
Vale ressaltar que os educadores respeitaram o tempo da
apresentação realizada pelo general Eduardo da Veiga Cabral, comandante da 23ª Brigada
de Infantaria de Selva, abordando importantes ações e os valores do Exército
Brasileiro. Contudo, os profissionais da educação empunhavam cartazes com
letras garrafais dizendo: “ESTAMOS EM GREVE”.
Na ocasião, também estavam presentes os parlamentares: Alécio Stringari, Fernando Henrique, Raimundo do Comércio, Aerton Grande, Coronel Araújo, Márcio do São Félix, Elza Miranda, Pedro Corrêa, Miguelito e Beto Miranda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário