Na tarde de quinta-feira (10), houve o
lançamento da 1ª Ação Poética, pelo programa Marabá Leitora, uma atividade que
consiste em utilizar a arte para modificar espaços urbanos. O projeto é uma
realização da Prefeitura Municipal de Marabá, através da Secretaria Municipal
de Educação (Semed) em parceria com a Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará (UNIFESSPA) e a Galeria de Artes Vitória Barros.
A estreia aconteceu nestes dois dias
(quinta e sexta-feira) dentro das dependências da própria Semed, que teve seus
muros “poeticamente pinchados”.
O evento foi aberto com palestra sobre
o que é uma intervenção urbana e teve a participação de jovens e adultos, além
de muitos poetas, professores e pintores. Em seguida, eles levaram poesia
audiovisual, grafite, com pinturas em muros, num compartilhamento democrático
de suas artes.
Um exemplo de prazer em compartilhamento da cultura através das artes é o da artista plástica, Creusa Salame, que também é poetisa e apesar da idade (74 anos), e de suas limitações por problemas de saúde, participa ativamente das pinturas dos muros.
Eliane Pereira Machado Soares,
professora da UNIFESSPA, reafirma a importância da Ação Poética, como o
instrumento de divulgação da poesia, através de textos escritos nos muros da
comunidade.
Clei de Souza, professor de literatura
também da UNIFESSPA, o projeto estimula a curiosidade da comunidade e desperta
o interesse pela arte de escrever através de poesias.
EM BREVE
Depois dessa partida, outras edições
da Ação Poética serão realizadas ao longo do ano, na pretensão de fazer
intervenções artísticas e sociais em zonas que apresentem tensão social,
problemas de violência e escassez de bens culturais, proporcionando um tempo e
um espaço para reflexão, sob o encanto da palavra poética.
Cada vez mais assumida como uma arte
interdisciplinar e com inúmeras possibilidades de abordagem, a poesia extrapola
os espaços canônicos e invade praças, ruas, becos, favelas, bares, muros etc.,
deixando a cidade mais colorida, mais leve e mais humana.
INTERVENÇÃO
URBANA
Clei
Souza, que além de professor acadêmico é o autor do livro de poemas “Úmido”,
comentou a respeito do conteúdo da palestra, que tratou de questões sobre o que
é uma ação plástica urbana.
Segundo
o professor, pelo fato de ser uma ação no muro, os participantes refletiram sobre
esse suporte, bem como as situações e sujeitos envolvidos.
“Entender
sobre quem é esse leitor, as circunstâncias de leitura, é fundamental. A
relação entre o texto e o suporte, como parte desse processo de leitura. E ver a
cidade como uma possibilidade de página”, considera.
Ainda
segundo o professor, a ação representa uma quebra da divisão entre o território
estético e o território funcional, haja vista que a Semed é espaço de trabalho.
“É
a fusão dos dois. Isso pode contribuir com a formação dos jovens estudantes,
porque passam a ver a cidade com outros olhos. É uma forma de educar o olho
para a poesia”, pontua.
“Toda
ação coletiva de intervenção na cidade, e que se pretende pública, ela é
curricular. Na verdade, ela é uma disputa de projeto da sociedade. Então, a
escola deveria se espelhar nisso”, defende.
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