Lei
é clara, todo cidadão é inocente e deve ser respeitado até que se prove o contrário
Por
volta das 22h desta quinta-feira (24), dois membros de uma família que reside
na Rua Sudoeste, Bairro Novo Planalto, foram abordados por agentes da Polícia
Militar (PM), quando retornavam para casa, após irem de moto deixar esposa e
mãe na rodoviária, situada na Folha 32. A viatura 0403 estava atendendo ao
chamado de uma mulher, que foi vítima de assalto no Bairro da Paz – núcleo
Cidade Nova.
Porém,
até a vítima reconhecer que os rapazes – os irmãos, Valdinei e Valdenei de
Souza Araújo – não tinham nada que ver, foi longo o constrangimento. Não foi
tão simples como olhar a cara e o crachá.
“Eu
levei minha esposa e ele levou minha mãe, cada um numa moto, eu na Pop e ele na
Bros. Ai quando chegamos à casa do meu tio, pra entregar uma das motos, ele
pediu para nos deixar em casa”, relata Valdinei, que voltou com o primo, Maikon
Maciel Ribeiro, estudante.
Já
Valdenei narra que quando saiam da casa do tio na moto, os PM apareceram na rua
e pediram habilitação e documento delas.
Ele informou que uma estava em casa, por isso foram escoltados até o lar, e lá
foi mostrada a documentação.
Na
casa deles, a PM informou que a mulher foi roubada por uma dupla de moto, sendo
o piloto de camisa vermelha e o garupa de camisa branca, e essas
características tornavam a eles suspeitos.
“Só
que a minha é amarela. Quem está dando pressão é o cabo para a mulher assaltada
confirmar ou não. E outra coisa, ela disse que estava muito nervosa e quem
tinha visto era o colega dela, que estava na hora do roubo, então como poderia
dizer quem foi se nem viu?”, diz Valdinei.
Outro
constrangimento ocorreu quando um dos rapazes, Valdenei que é agente de saúde, questionou
o fato do PM tirar as fotos de um dos parentes, Maikon Ribeiro. A simples
pergunta fez o cabo vociferar com o grupo.
Enquanto
uma dupla de motos da PM ficava na frente da casa com o grupo, os demais
policiais que estavam na viatura foram mostrar a foto para a vítima.
Quando
retornaram, apesar da vítima não ter confirmado, os dois suspeitos foram
colocados no bagageiro da viatura. Mas, os demais familiares também
questionaram essa ação, e afirmaram que iam arrolar na justiça por estarem
sendo difamados. E ali mesmo, os PM pararam com a ação visto que não valia o
procedimento.
No
fim de contas, os três rapazes nada tinha que ver com os maus bocados a que
foram submetidos. Parte dos PMs souberam dialogar e gerenciar a situação. Mas o
“cabo” queria influenciar na opinião da vítima. E essa atitude de persuasão da
consciência do outro é a queixa maior do trio.
LEI
A
lei é clara. Ela garante o Princípio da Presunção de Inocência, Art. 5º, LVII
da Constituição Federal: "ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória", mas, às vezes, basta uma
acusação para todos tratarem os semelhantes como culpados.
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