Em
Marabá, a proposta da empresa RTCM, que prevê aumento de quase 50% na atual
tarifa de ônibus coletivo (2,00 R$), está preocupando os milhares de cidadãos
que precisam desse meio de transporte. Ela está sendo analisada pelo Conselho
Municipal de Transportes, se passar, de lá segue para ser avaliada pelo poder
executivo.
A
reportagem ouviu a opinião de passageiros, que moram em vários núcleos da cidade, para
saber como eles veem o plano, com a passagem custando 2,93.
Bill Sabino, 27 anos, Agente Administrativo do Conselho Regional de Farmácia e DJ, reside no núcleo Nova Marabá:
“Acho
ridículo, pois, para justificar um aumento deve ser oferecido melhorias e o estado
não tem oferecido nada de melhor a nós, cidadãos. Veja bem nossa contribuição,
através de nossos impostos, já são o suficiente para manter os transportes
públicos. A culpa não pode ser dos cidadãos. O fato é que existem empresas
privadas e esse monopólio que não permite um transporte decente e justo pra nós
usuários”.
Amanda Santiago, 16
anos, Estudante do 2º ano médio e residente no Bairro Novo Horizonte, situado
no núcleo Cidade Nova:
“Eu penso que 46% de aumento é abusivo. O que justifica esse aumento todo? Nossa inflação não esteve nem próximo disso. Uma decisão incoerente que não mostra melhora nenhuma, apenas mais uma maneira de usurpar o cidadão trabalhador e estudante”.
“Com certeza é um absurdo. Não digo nem tanto por mim, mas pelas pessoas que trabalham e dependem do ônibus para ir e vir... Vai ficar quase 50% mais cara. Acho até uma falta de respeito. Já acho caro os 2,00 reais, ainda mais porque não sou mais estudante e o VT Card não vale mais”.
“Esses
caras só querem é ganhar dinheiro à custa do cidadão trabalhador. Arrumar os
ônibus que é bom eles não lembram. Acho isso um absurdo sem tamanho com os
passageiros que precisam dos ônibus coletivos em Marabá. Eles só vão parar com
isso quando queimarem ônibus”.
Mailson Oliveira, 21, trabalha
como consultor de vendas e atualmente é morador do Bairro Liberdade, núcleo
Cidade Nova:
“Caro
é pouco. Se é público por que pagar? E se é pago, por que é tão ruim? Uma
proposta de aumento dessa está toda errada. Agora a população vai pagar mais
caro por um serviço péssimo. Desse jeito eu prefiro o táxi lotação, já que a
diferença vai ficar só 7 centavos. E por esse preço não vale o serviço”.
“Acho
um desrespeito com os usuários. As pessoas já se acabam de trabalhar para
colocar comida em casa, ainda querem aumentar o preço do meio de transporte
mais utilizado por nós. São pessoas de baixa renda na maioria. Um absurdo! Como
estudante fico mais revoltada ainda”.
Avelino Rodrigues, 26
anos de idade, cursa Letras Português na Universidade Federal do Sul e Sudeste
do Pará (Unifesspa) e mora na Folha 28.
“Certamente,
vai ser um fator complicador, porque, enquanto estudante universitário ainda
tenho uma renda limitada e cada centavo é planejado. Cada mês é preciso saber
com cuidado no que investir. Essa passagem vai ficar fora do orçamento de
grande parte dos estudantes que se mantém em Marabá, com pouco dinheiro”.
“Não
temos condições de pagar valor de 2,93 R$ em uma passagem de ônibus, onde os
mesmos se encontram em péssimo estado, com número de pessoas acima do que o veículo
suporta. Ficamos mais de uma hora no ponto, esperando uma condução. Sem contar
com estresse do motorista e de alguns cobradores. Para você descer no seu
destino tem que ficar gritando e os cobradores vivem no celular. Sem contar com
a indignação de ver passar nove ônibus para Liberdade e para poucos ao Novo
horizonte. Se melhorar nossos transportes, aumentar circulação nos bairros
carecedores e encaminhar os funcionários dessas vias a palestras de ética e de
como tratar o público, ai falamos em aumento”.
“Não
pode ser sério esse negócio da passagem. É um absurdo esse aumento porque 0,93
é muito. Eu pego em média quatro passagens de ônibus por dia e seria um aumento
de 4 reais por dia para mim. Utilizo o ônibus para ir para curso e universidade.
É a proposta mais exagerada que já vi”.
Guilherme Teixeira, 15
anos, estudante secundarista e menor aprendiz no Banco do Brasil que mora no
Bairro Jardim Tropical:
“Nós
passamos cerca de 15 a 20 minutos esperando um ónibus na parada. Às vezes até
mais tempo. E quando chega, chega lotado. Fora que alguns cobradores e
motoristas ainda te tratam mal. A passagem hoje não é tão cara com os benefícios
que a maioria usa como estudante, idosos etc. Mas, por outro lado, ela se torna
cara pelo fato do cidadão pegar um ônibus que muitas vezes demora demais, e com
funcionários que te desrespeitam. 0,93 centavos por dia pode dá um aumento de
até 87 R$ por mês, o que realmente se torna um absurdo no bolso de quem não usa
carteirinha de meia passagem”.
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