Noite marcante com as
musas da poesia e da canção marcou Sarau da Lua Cheia
Cantor adolescente, Marquinhos Poeta, tocou novas composições |
Fátima Oliveira recitou versos da própria autoria |
“Lar doce lar”. A
realização do 11º Sarau da Lua da Cheia foi marcada por essa expressão, que
possui tradução equivalente em língua inglesa, “Home sweet home”. Na noite de
sexta-feira última (17), o sítio do cantor Xavier Santos, o Javier, recebeu
cerca de 50 pessoas entre convidados, curiosos por conhecer o evento, e
sarauistas que se reuniram nas outras datas.
O lugar exótico, situado
quase no fim da Rua das Cacimbas, no Bairro Amapá, tinha clima de noite fria em
acampamento, com os aventureiros em roda de bate-papo. No lugar da fogueira e dos
famosos “marshmallows”, eles tinham a arte que é capaz de aquecer quem está em
volta dela e ser saboreada com gosto.
Na qualidade de
anfitrião, Javier deu as boas-vindas ao público e agradeceu a todos que tem
afeto em participar de cada Sarau da Lua Cheia.
“A felicidade é uma
coisa matemática, porque, se você pega seus débitos, que são as encheções de saco e problemas da vida, e
subtrai dos seus créditos, você ter amigos e a boa convivência, você acaba que
seus créditos são maiores do que seus débitos”, enfatizou Javier.
Um texto do livro Tarefa,
que pertence ao crítico paraense, João de Jesus Paes Loureiro, foi declamado
como abertura desse encontro poético. E escritor marabaense, Airton Souza, que
fez a leitura, comentou sobre o quase um ano de saraus.
Professor da UNIFESPA, Gilson Penalva, fez tomada de consciência sobre cultura regional |
“O sarau foi uma
desculpa inventada para que a gente pudesse estar juntos nesses momentos. Um
dos melhores presentes foi esse”, afirmou Souza.
Fátima Alves Oliveira,
uma das convidadas que encarou como novidade a noite artística, leu poemas de
Mario Quintana. Além disso, ela aproveitou para apresentar versos da própria
autoria, ato que encantou os ouvintes.
Outros artistas marcaram
presença novamente. Poetas como Ademir Brás, Eliane Soares, e a galerista, Ieda
Mendes, recitaram versos de poetas prediletos.
Arte
e cultura – Essa
edição do sarau também serviu para tomada de consciência sobre a cultura
regional. Gilson Penalva, professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará (UNIFESSPA), aproveitou a reunião para fazer algumas reflexões sobre a
cultura e arte da Amazônia.
Segundo Penalva, desde o
século 16 essas manifestações do povo amazônida foram desprezadas pelos
primeiros colonizadores que vieram ao Brasil. Isso porque eles exploraram e
abusaram mais das riquezas materiais.
“Eles falavam do índio
não com admiração, mas, como um ser diferente. E isso gerou conceitos de um
olhar para a identidade do outro como diferente. E esse diferente é no sentido
de afirmar que o outro é desprovido de capacidades estéticas e de criar”,
detalha.
Sarau
da Lua Seixas – Como
de costume, dezenas de participantes se dirigiram ao local do sarau sem saber
exatamente o que ia acontecer. Sem programação fixa. Esta é a lei, conforme
dizem os idealizadores desde a primeira edição ocorrida em março de 2013.
Para os ouvintes, Gilson Galera fez tributo ao filósofo Raul. |
E o desconhecido se fez
presente. Um bebum, conhecido como “Gilson Galera”, pediu para tocar apenas uma
música e acabou fazendo um show à parte, que surpreendeu os participantes
cantando letras renomadas de Raul Seixas.
O cara que, de início,
parecia ser aquele falador inconveniente por estar levemente alterado, mandou
voz e notas com qualidade. Para os ouvintes isso se tornou um tributo ao cantor
e filósofo Raul.
Além dos cantores
Clauber Martins e Javier, o adolescente Marquinhos Poeta cantou novas
composições.
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