Por qual motivo existiria uma força monumental, organizada, um imenso interesse que busca se concretizar no sentido de calar os cidadãos de uma nação?
Por que a voz do povo, de modo geral, seria um constante alvo de poderes interessados em silencia-la, seja em parte, seja completamente?
Por que haveria tantas medidas e altos investimentos, grana pesada, para se promover a contenção ou a inocuação de tudo aquilo que sai da boca das pessoas?
Essas questões, não apenas atualmente, muitas vezes foram e são levantadas por estudiosos, cientistas e ideólogos ligados a uma cosmovisão. Elas são discutidas, geralmente, por quem já possui um partido, uma ideologia política, por quem já possui uma mentalidade fixa acerca de como o mundo funcionaria.
Até ficam
bonitos os “debates” televisivos, os programas, em rede nacional às vezes, os
livros publicados, financiados pelas editoras universitárias que usam o
dinheiro público, os podcasts e cortes internetados por aí.
Porém, há aqueles debates
em que um lado deveria divergir, contrapor, e sequer tal lado é convidado para
debater. Acontecem aqueles programas de TV em que todo o conteúdo e a pauta
estão ancorados apenas numa voz, ainda que muitas bocas falem. Existem aqueles
livros cujo conteúdo jamais seria eleito ou votado para receber recursos,
provenientes dos impostos dos contribuintes, que possam editá-los e realização
seus lançamentos nas universidades do país. E nem é preciso falar muito daqueles
conteúdos criados para a internet em que as plataformas, ora derrubam, ora são
obrigadas a derrubar.
Portanto, colocar esses
questionamentos ao acesso do público ou criar as condições, estímulos, para que
grande parcela da população fique pensando, numa crise de reflexão, sobre o
porquê dos poderosos quererem mandar na boca da gente, na verdade, pode fazer
parte do problema também.
Este é o meu alerta. Esta
é a preocupação que me toma neste momento.
Mesmo que não pareça
nítido para muita gente, as pessoas que se apresentam como promotores da democracia
e da verdadeira liberdade de pensamento, ou que dizem ser defensores da “ciência,
ciência, ciência” não fogem da grande probabilidade de serem parte da força monumental
de silenciamento do povo simples. É precisamente essa gente que se diz a “libertadora”
ou “defensora do pobre” que faz de tudo para tapar a boca do povo que enxerga
as covardias feitas em nome do poder.
A política do
cancelamento e do boicote só é de menor dano que a judicialização da política. Desde
que o atual governo começou, a infâmia contra o cidadão se agiganta. Há homens
e mulheres que foram silenciados e até enjaulados – como Hitler e Stalin fizeram
com aqueles que ambos desejavam apagar da história – arbitrariamente. Pais e mães,
jovens e idosos, estudantes e trabalhadores foram calados e presos ao arrepio da
lei. Foram e continuam sentenciados exatamente porque aqueles que rogam pra si
o título de intérpretes da lei conseguem deturpar o mínimo de lógica e
humanidade que a letra da lei expressa.
Tristemente, o Brasil,
hoje, e mais que ontem, está se estabelecendo como um país em que as vozes de
seus cidadãos são caladas e reprimidas pelo governo. É, inclusive, muito
perigoso falar o que se pensa sobre os atuais governantes e suas decisões
desastrosas. Pior que isso. Tudo indica que a máquina de moer o cidadão seguirá
funcionando. Ela só cresce, se agiganta e robustece à medida que as autoridades
governamentais ampliam seus privilégios, seus cargos, seus salários e seus
ministérios.
E o povo, meu amigo?
Calado a boca e paga a
conta.
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