NACIONAL ENERGY

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

MENTE POVOADA

           Que cabeça é essa?

Quando há muita coisa pra se fazer, mas a mente não decide por onde começar. Quando parece que o corpo nada quer fazer exatamente por não saber onde se está.

Que mente é essa? Que tempo é esse?

Naquelas horas, que podem ser minutos, mas que às vezes se tornam tempos, em que o senso de prioridade fica sem atuar. Como se, por alguma ou outra razão, o sujeito, ainda que pense sobre, não toma a atitude de priorizar.

Que pensamento é esse? É a preguiça do conformismo? É o vazio da luxúria?

Tudo em volta é tratado como um amontoado, e em cada segundo as ideias giram, mudam seu estado. Enquanto o ser pensar na soma total das energias gastas para se pensar cada coisa, nada acontece do outro lado.

Talvez o investimento psíquico feito era o anseio de se dar a alguma ideia o seu start.

Que trabalho mental é esse? E que má ignição é essa?

            Chegou-se até o ponto em que houve a colonização das ideias sem haver nenhum trabalho de colonização. Chegou-se ao ponto em que a mente mais sadia, que nasce com cada ser, ainda que mais sadia fique não sabe o porquê se somam pra si tantas agonias.

            O ponto de partida, que costumeiramente se iniciava apenas com a naturalidade em que se acreditava, agora não consegue dar seu primeiro passo sem que haja muito esforço e muita causa.

            Que fluxos desencontrados são esses? Quais os endereços perdidos das ideias?

            A mente povoada, com toda sua gente que foi criada, toda a pátria e a família de toda casa, ou não ocupam mais os lugares em que antes ocupavam, ou simplesmente se perderam dos endereços em que estavam.

O porquê disso e daquilo. O porquê da causa e porquê da guerra.

Que respostas deixaram de estar nessa cabeça, justo depois de tanto tempo em que se alocaram onde se alocaram.

Que povos novos são esses? Que gente nova é essa que foi criada?

Na luta e na invasão. No seio e na emoção. No campo da mente e muito além da visão. Agora há povos que por toda parte andam a habitar. Há a mistura que tenta algo sabotar. E bota tudo sem que demonstre querer parecer que quer botar.

Eis o povo depois do caos. Aqueles que decidiram habitar depois da velha guerra.

Gente-ideia de meia gente. São ideias-gentes de meia casa. Habitam o ser que se ocupa e se desocupa da própria causa. Engravida a mente dos sem morada. Gente que cedo ou tarde vai implodir a sua mente-casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário