Que cabeça é essa?
Quando
há muita coisa pra se fazer, mas a mente não decide por onde começar. Quando
parece que o corpo nada quer fazer exatamente por não saber onde se está.
Que
mente é essa? Que tempo é esse?
Naquelas
horas, que podem ser minutos, mas que às vezes se tornam tempos, em que o senso
de prioridade fica sem atuar. Como se, por alguma ou outra razão, o sujeito,
ainda que pense sobre, não toma a atitude de priorizar.
Que
pensamento é esse? É a preguiça do conformismo? É o vazio da luxúria?
Tudo
em volta é tratado como um amontoado, e em cada segundo as ideias giram, mudam
seu estado. Enquanto o ser pensar na soma total das energias gastas para se
pensar cada coisa, nada acontece do outro lado.
Talvez
o investimento psíquico feito era o anseio de se dar a alguma ideia o seu
start.
Que
trabalho mental é esse? E que má ignição é essa?
Chegou-se até o ponto em que houve a colonização das
ideias sem haver nenhum trabalho de colonização. Chegou-se ao ponto em que a mente
mais sadia, que nasce com cada ser, ainda que mais sadia fique não sabe o
porquê se somam pra si tantas agonias.
O ponto de partida, que costumeiramente se iniciava
apenas com a naturalidade em que se acreditava, agora não consegue dar seu
primeiro passo sem que haja muito esforço e muita causa.
Que fluxos desencontrados são esses? Quais os endereços perdidos
das ideias?
A mente povoada, com toda sua gente que foi criada, toda
a pátria e a família de toda casa, ou não ocupam mais os lugares em que antes
ocupavam, ou simplesmente se perderam dos endereços em que estavam.
O
porquê disso e daquilo. O porquê da causa e porquê da guerra.
Que
respostas deixaram de estar nessa cabeça, justo depois de tanto tempo em que se
alocaram onde se alocaram.
Que
povos novos são esses? Que gente nova é essa que foi criada?
Na
luta e na invasão. No seio e na emoção. No campo da mente e muito além da
visão. Agora há povos que por toda parte andam a habitar. Há a mistura que
tenta algo sabotar. E bota tudo sem que demonstre querer parecer que quer
botar.
Eis
o povo depois do caos. Aqueles que decidiram habitar depois da velha guerra.
Gente-ideia
de meia gente. São ideias-gentes de meia casa. Habitam o ser que se ocupa e se
desocupa da própria causa. Engravida a mente dos sem morada. Gente que cedo ou
tarde vai implodir a sua mente-casa.
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