O que mais nos faz mudar?
A dor ou o sonho?
Por que há o interesse
De nos deslocar
Até chegar ao outro?
Chegar no outro,
No algum lugar,
Que não seja eu mais,
Que seja melhor,
E que eu seja outro.
Seria porque dói quem sou?
Seria porque sonho quem ser?
Teria nos passos dou
O poder de deixar de doer?
Teria no sonho que sou
A mudança que quero ter?
Respondo porque posso responder.
Não foi pela dor que me alcançou –
Ou estão a alcançar – que vieram
As transformações que precisei viver.
O que alimentava e me nutria
Sempre foi a via do sonhar,
Aquela qu’eu menos sabia explicar,
A que ganha a forma do acreditar,
E que se faz pelo corpo do acontecer.
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