Equipe gestora apresenta desafios e avanços na rede pública de ensino
|
Para conhecer
de perto a realidade das escolas e suas necessidades estruturais, a Prefeitura
Municipal de Marabá (PMM) realizou um programa de visitas a todos os prédios
das zonas urbana (103 escolas) e rural (131) do município, levando também
providências imediatas. Em entrevista coletiva realizada na manhã desta
segunda-feira (29), a diretoria que há 5 meses assumiu a Secretaria Municipal
de Educação (SEMED) apresentou dados sobre o quadro atual da rede pública de
ensino, para a imprensa local reunida numa das salas da Universidade Aberta do
Brasil (UAB).
A
documentação foi levantada depois que o prefeito municipal, João Salame,
solucionou questões que se arrastavam há algum tempo como fornecimento da
merenda e transporte escolar, além das negociações de direitos salariais com os
servidores.
No grande
apanhado abordou-se, entre outras coisas, o corpo técnico, a infraestrutura,
rendimento dos alunos, gastos e investimentos.
Em se
tratando de investimentos, com a nova equipe o governo João Salame efetuou na zona
rural a distribuição de 62 centrais de ar, 79 ventiladores de parede, 918 mesas
com cadeiras para os alunos, 25 jogos de mesa de Educação Infantil, 7
liquidificadores industriais, 32 freezers, 17 quadros magnéticos, 20 camas de
solteiro, 10 colchões de solteiros, 5 bebedouros, entre tantos outros.
Agora, a
prefeitura trabalha com soluções a médio e longo prazo, visando melhorar a
situação no campo. Uma novidade é a inclusão junto ao governo federal de 59
escolas do campo no programa GESAC, que receberão internet via satélite. Já há
previsão para mais 41 unidades, o que totalizará 100 escolas do campo ligadas à
rede mundial de computadores.
Nas unidades
da zona urbana, atualmente a PMM conduz um cronograma de obras em 4 escolas,
haja vista que 28 receberam ventiladores, num total de 271 aparelhos, restando
no almoxarifado outros 109 a serem instalados. Mais 151 centrais de ar foram
entregues em escolas para climatização, além de 12 freezers e 406 ventiladores.
Outras 5
instituições se encontram em fase de licitação, sendo que duas delas, Francisca
de Oliveira situada na Folha 34 e Miriam Moreira, Folha 10, estão com os processos bem
avançados. E mais 4 quadras serão construídas em breve e outras 3 receberão
cobertura.
Outros dois
pontos, considerados de bom desempenho pela direção da SEMED, tem a ver com o
corpo técnico e o sistema de merenda escolar.
“Nesse
percurso, nós olhamos o quadro de pessoal. Temos um quadro profissional atualizado,
preparado para desenvolver as atribuições da educação. E na merenda escolar encontramos
alguns casos isolados, mas já foram ajustados para que os quase 59 mil alunos
tenham acesso”, pontua o secretário Pedro Souza.
No que diz
respeito ao transporte escolar, o fato de Marabá ser um município com
território imenso aumenta os gastos com a mobilidade.
A diretoria
observa que, somente na zona rural, são mais de 5 mil quilômetros de extensão
para se percorrer todas as unidades escolares. Comparando à Parauapebas, que na
educação do campo tem 12 escolas, mas recebe o dobro de recursos na área da
educação, o perímetro de aproximadamente 55 km é bem menor. Só a Escola União
do Povo, localizada na Vila Macaco Careca, fica a 240 do centro de Marabá.
Na gestão de
João de Salame, são mantidas 66 rotas, porém, com as novas demandas do campo
planeja-se um aumento para 80. A prefeitura gasta R$ 711 mil por mês com esse
transporte. Deste montante, a União contribui em média com R$ 50 mil. Para se
ter uma ideia, o governo do Estado mantém o transporte escolar do ensino médio
com R$ 300 mil por ano. Então, com essas novas rotas, os cofres de Marabá vão
ultrapassar a casa dos R$ 800 mil.
Para a
diretoria, o transporte escolar é um dos motivos que deixa a SEMED sempre no limite dos gastos. Isso quando não atua no vermelho.
Há mais
fontes de recursos para o sistema educacional, no entanto, elas pertencem a
outros setores.
O Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb), de janeiro a agosto, repassou à Secretaria
de Educação a soma de 97 milhões, porém, apenas com a folha de pagamento dos
servidores marabaenses foram quase R$ 110 milhões. Enquanto isso, o recurso que
vem da PMM para sustentar a educação, alterna conforme a arrecadação mensal, o
que seria algo em torno de R$ 2,6 milhões. Contudo, o prefeito João Salame tem
a política de fornecer sempre acima de R$ 3 milhões.
“O problema
da educação em Marabá não é o salário dos servidores, mas é o alto gasto com
transporte escolar e extensão de terra enorme”, cita o secretário.
O caso mais
preocupante está ligado à infraestrutura de parte das unidades escolares. O
diagnóstico da SEMED considerou desanimador o fato de 54 escolas no campo, e 49
na cidade, necessitarem de reformas urgentes.
A equipe
calcula orçamento na ordem de R$ 25 milhões, para custear essa obra, porém,
diante do quadro financeiro do município, não se tem uma solução exata para
como bancar esse projeto de reforma.
Esse
levantamento falhou nas administrações anteriores, por isso, Marabá se encontra
com um quadro de escola necessitando de reparos. A falta de processos de
manutenção em outros anos fez cair de paraquedas essa urgência em obras para mais
de 100 unidades de ensino.
Mas, apesar
dos desafios em grande escala, o secretariado considera que a rede pública de
ensino passa por uma boa fase. Isso pode ser medido pelo relacionamento com o
sindicato e com os conselhos. Também em razão das contas da SEMED estrem em
dias, o que envolve transporte escolar e aluguéis de prédios, bem como os
salários dos servidores.
Ainda nessa
linha produtiva, na direção de João Salame houve a promoção do processo
eleitoral nas escolas, a criação dos conselhos escolares, podendo receber
recurso direto na conta, bem como a garantia da hora-atividade – em que o
professor pode tirar parte do tempo de trabalho como "aluno",
participando de programas internos (formação continuada) ou fazendo pesquisas
de seu interesse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário