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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

AUDIÊNCIA PÚBLICA – Vereadores, instituições e sindicatos debatem LOA 2020. Ilker e pr. Ronisteu defendem emendas de bancada como solução para ONGs

Para vereadores Ilker Moraes e pr. Ronisteu, as emendas impositivas e
as emendas de bancada podem solucionar demandas das ONGs

Anderson Damasceno

Hoje (3), houve a 4ª Audiência Pública para discussão sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA), na Câmara Municipal de Marabá (CMM), onde várias instituições, funcionários da prefeitura e sindicalistas propuseram aos vereadores o que consideram ser prioridade nos investimentos dos recursos públicos. Na reunião, dirigida pelos membros da Comissão de Finanças e Orçamento, a maioria dos discursos engrossou a voz cobrando a atualização dos salários do funcionalismo público, congelados há três anos pelo prefeito Sebastião Miranda.

A Lei Orçamentária Anual (LOA) estabelece o orçamento do Executivo por intermédio dos quais são estimadas as receitas e fixadas as despesas do governo municipal para o ano seguinte.

Na ocasião, o secretário de Planejamento de Marabá, Karam El Hajjar, fez resumida apresentação das receitas e despesas do município que, para 2020, terá mais de um bilhão de orçamento. Segundo Karam, do total de R$ 1.029.201.958,82, Marabá dispende com a folha de pagamento e encargos o valor de R$ 467.470.373,38.

AUDIÊNCIA PÚBLICA
Os inscritos tiveram três minutos, estipulados pela presidência da Comissão de Finanças e Orçamento, para realizarem suas manifestações na tribuna da Câmara. 

Segundo Walter Leal, do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Marabá (Servimmar), quando se fala que há mais de três anos o salário dos funcionários está defasado significa discutir a condição de vida das famílias de todos. “Só um exemplo, se o prefeito reajustar 15%, a gente ainda sai perdendo do mesmo jeito. Porque houve o retroativo que não foi feito. O reajuste tem que ser feito ano a ano. Passa um ano e em cima do primeiro reajuste deveria haver o segundo, e em cima do segundo, o terceiro. Nosso objetivo aqui é garantir o reajuste da categoria. A gente está aqui defendendo nossas famílias”, destacou, confiando que os vereadores podem colocar o reajuste no texto da LOA.

Ainda segundo Walter, essa pauta é dos três sindicatos Sintepp, Sintesp e Servimmar. “Todos têm que vir juntos. Se não for unidos, nunca vamos vencer essa. Está na lei e é obrigação do gestor corrigir a inflação”, pontuou.

Para o sindicalista, Raimundo Gomes, os servidores amargam mais de 12% de perdas inflacionárias no salário nos últimos 3 ou 4 anos. “Mas, mesmo com orçamento de mais R$ 1 bi, a gente não vê valorização dos trabalhadores deste município. Nesse sentido, já que a SEPLAN e a gestão não atendem, gostaríamos de pedir ao Legislativo com base na decisão do STF, do último dia 29 de outubro, que o aumento dos servidores esteja registrado na LDO e LOA. Queremos sentar com o jurídico da Câmara de vereadores e com a assessoria contábil da prefeitura para dialogar no sentido de garantir o reajuste aos servidores no salário e Visa-vale”, propôs.

Em seu pronunciamento, Everaldo Marinho criticou diretamente o prefeito Sebastião Miranda, cobrou reajuste e defendeu que a Câmara precisa se pronunciar em favor da sociedade civil organizada, pois já pública e notória a resolução do Supremo Tribunal Federal de que é preciso ser feita emenda para constar na LOA, textualmente, a previsão de reajuste. “Vimos sendo decepcionados porque o servidor público não tem sido valorizado. A Administração não assegura o mínimo necessário que é seu salário atualizado, como rege a constituição. No campo da saúde, temos várias dívidas que esse governo deve. Ele não consegue nem dialogar com a categoria. Tião é procrastinador nesse sentido. Esse o orçamento veio tão bonito para ser aplaudido se fôssemos funcionários voluntários, mas somos assalariados”, defendeu.

CRECHES
Em sua fala, o ex-vereador Edivaldo Santos parabenizou o presidente da Comissão, vereador Gilson Dias, pela audiência pública itinerante pela cidade e cumprimentou os vereadores pastor Ronisteu e Ilker Moraes. Santos ressaltou que, em 2020, assume a vaga de Conselheiro Tutelar, logo, trouxe proposta de emenda ao orçamento a fim de que a cidade possa ter mais creches. 

“Vimos que são R$ 302 milhões do orçamento para a área da educação. Destes, R$ 96 milhões líquidos são para reforma e construção de escolas. Trago a proposta de que haja uma locação no valor de 2,5 milhões para creches. A lei diz que é para construir, mas enquanto não se constrói, poderia se alugar”, afirmou, acrescentando que pelo menos 10 prédios, entre creches e NEIS, poderiam atender crianças de até 5 de idade.

CONSELHOS E FUNDOS MUNICIPAIS
Entre as manifestações, Diorgio Santos sugeriu que percentual de 0,3% ou 0,4% fossem destinados ao fundo do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA). Já Maria do Socorro, da APAE, solicitou que, via fundo do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, algo em torno de 0,2% a 0,3% sejam aplicados para atender esse segmento. Por fim, Beto Jamaica endossou a proposta do vereador Ilker Moraes que, em recente reunião, convocou os vereadores para unirem as emendas impositivas de bancada com a finalidade de se criar o prédio do terceiro Conselho Tutelar, no núcleo Morada Nova/São Félix. 

VEREADORES BUSCAM ATENDER DEMANDAS DAS ENTIDADES QUE REALIZAM TRABALHO SOCIAL 
Entre os inscritos também estavam os vereadores, pastor Ronisteu Araújo e Ilker Moraes.

Por sua vez, o vereador pastor Ronisteu agradeceu ao secretário Karam pela explanação sobre a LOA e declarou que reafirma seu compromisso com os pedidos que foram solicitados pelas instituições.
“Vamos verificar e estudar, eu e vereador Ilker, o que é possível se fazer pelas as instituições. Em alguns casos vamos destinar emendas para ajudar e assumir esse compromisso de fazer o que for possível. Porém, a gente sabe que muito depende do Executivo. E aqui todas as entidades foram unânimes em dizer a dificuldade de conversar com o gestor. Todos conhecem. Infelizmente, é uma marca negativa dele não querer atender as instituições. E isso acaba sobrando para nós, como vereadores, cumprir esse papel de intermediadores ao longo desse tempo. Mas eu reforço meu compromisso de ver o que é possível ser feito”, afirmou.  

ITINERÂNCIA
Visando alcançar mais pessoas para participar das discussões acerca da LOA, a Comissão realizou a primeira audiência em 25 de novembro, na Vila Sororó, nas dependências da Escola Adelaide Molinari, a segunda no dia 27, no Salão Paroquial da Igreja Sagrado Coração de Jesus (Bairro Nova Marabá) e a terceira no complexo São Félix/Morada Nova, ainda no dia 28 do mês passado, no Ginásio de Esportes de Morada Nova. 


















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