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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

POEMA – A forma do meu desprezo (Anderson Damasceno)


POEMA – A forma do meu desprezo (Anderson Damasceno)

Hard times – Charles Dickens

Dias tão ruins...
De questionamento pessoal,
De descrença no potencial,
De inutilidade diante do que é real,
De improdutividade diante do material.

Em noites mal dormidas...
De sono cortado pela madrugada,
Com pensamentos da mente acelerada,
Cheia de planejamentos que pareciam dar certo, mas do nada...
E o peso de mais 24 horas se arrasta.

Em dias tão ruins...
Que eram pra ser os melhores de sua folga,
Que eram pra ser marcados pela renova,
Quando até o clima, ou o tempo, te namoram,
De onde será mesmo que parte essa vida inócua.

E a gente sabe quais as coisas que merecem...
Com a paixão do nosso ventre enquanto ferve,
As nobres, as melhores, mas que prescrevem,
As que se afundam sem quem nade e as carregue,
As prioridades, os prazeres, os sonhos do 17.

Sem bebidas, sem lágrimas, sem greves...
A vida pulsa, e ainda pulsa, ou os diabos que te carreguem,
A vida é crua, a noite é nua, a dívida é sua ainda que se embebede,
A morte tua, a falta tua, sem as respostas que me perseguem,
Na amplidão, na dimensão, com os astros fazendo um leque.

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