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segunda-feira, 26 de maio de 2014

BELO MONTE - Protestos indígenas em Belo Monte, um barril de pólvoras!

SBT
Na noite deste domingo, por volta das 23h, lideranças indígenas acampadas às margens da BR-230, deram entrevista coletiva para informar à sociedade, justiça e forças de segurança do país, que estão preparados para a guerra, caso sejam tratados como vândalos. Os Líderes indígenas, Luiz Xipaia, Gilson Curuaia, Tety Arara, Rodrigo Xipaia, Léo Xipaia, Kwazydu Xipaia e Guerreiros Parakanãs, comandando mais de 200 índios que estão com mulheres, idosos e crianças na via, foram enfáticos e Informaram que não vão sair, nem dar passagens a nenhum veículo da empresa Norte Energia ou CCBM.
Os índios informaram também que estão preparados para tratar as forças de segurança da mesma forma que forem tratados.
“Se eles vierem para nos afrontar, eles serão afrontados também, nos também estamos armados com nossas flechas, se eles querem derramar sangue em Belo Monte, então eles vão ver sangue derramado aqui” Disse Luiz Xipaia.
A notícia de que a justiça pode tirar a força os índios, e notificações judiciais que determinam a saída dos guerreiros nas entradas das obras de Belo Monte, revoltou as 5 etnias que participam dos protestos que já duram 5 dias, na Volta Grande do Xingu.
“Enquanto estamos tentando negociar, buscar um diálogo com a empresa, eles estão com vários advogados por trás, tentando tirar a gente à força daqui. A gente não veio para brincar, a Norte Energia tem que sentar e resolver nossos problemas de uma vez por todas, se não nós vamos agir do nosso jeito, quem fez a constituição dando direitos para os índios foram os próprios brancos, por que eles não seguem a lei?”, questionou Gilson Curuaia.
Em uma roda de conversa, Luiz Xipaia conversou com os guerreiros e disse que essa pode ser a última vez que estão se vendo, a última vez que estão conversando, mas que neste momento precisa do apoio de todos, e que se for para lutar até a morte, que lutem pela causa justa.
“Nos estamos lutando pela vida das nossas famílias, da nossa cultura e das nossas gerações, e vamos morrer se for preciso e índio não vai deixar de lutar. Essa juíza deu a sentença para nos retirar, então, que ela carregue nas costas a culpa pela morte de muitos índios aqui”, disse Luiz.
A revolta é tamanha, que flecharam por várias vezes a logo marca do CCBM em um dos ônibus que estão estacionados na lateral da via.
A partir da gravação da entrevista, eles agora aguardam os próximos passos da empresa Norte Energia, Funai e as Forças de segurança do estado e da nação.
Nossa equipe (SBT) deixou a entrada do km 27 por volta das 00h. Os índios pediram apenas que repassássemos as informações para que cheguem as autoridades em todas as suas esferas.
Provavelmente, nenhum ônibus do CCBM passa pelos índios nesta manhã de segunda-feira, 26, nem é aconselhável que a empresa desloque operários para o local.

O clima entre os índios e a empresa é hostil e requer muito cuidado. Os guerreiros estão dispostos a dialogar, mas qualquer confronto, ou ataque aos índios pode ser desastroso.

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