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segunda-feira, 26 de maio de 2014

SOLO DE MARAJÓ - Sábado último (24), grande apresentação de monólogo aconteceu no Cine Marrocos

“Solo de Marajó”, um monólogo que mostra 8 pequenos quadros poéticos, baseados no segundo
romance de Dalcídio Jurandir, Marajó, evento que ocorreu na noite de sábado, no Cine Marrocos




















Cláudio tornou o monólogo um espetáculo jamais visto em Marabá
O dramaturgo, Alberto Silva Neto, veio à Marabá para dirigir a apresentação da peça teatral “Solo de Marajó” – um monólogo que mostra 8 pequenos quadros poéticos, baseados no segundo romance de Dalcídio Jurandir, Marajó. O evento ocorreu na noite de sábado úlitmo (24), no complexo Cine Marrocos, situado na Marabá Pioneira. 
Sabe-se que o fator identificação é importante para quem experimenta a arte. Ele colabora com o efeito provocado no gosto do público.
A reportagem perguntou ao diretor da peça Solo Marajó, Alberto Neto, se isso não iria prejudicar a apresentação, supondo que o público marabaense, que foi ao teatro do Cine Marrocos, em sua maioria não é leitor de Dalcídio Jurandir, nem é conhecedor do ambiente marajoara.
“A obra do Dalcídio Jurandir é poderosa porque ela parte de referências regionalistas para se tornar universal. Ela discute questões que são da esfera do humano em qualquer lugar. Então, o que temos percebido é que pessoas, públicos de todos os lugares onde já estivemos, encontram formas de associar as narrativas do Dalcídio com as próprias vivências”, explica.
Ainda segundo Neto, todo mundo já viveu uma experiência no interior, ou na infância já esteve num sítio de um avô, quem sabe lembra de uma tia que morava distante, na zona rural. Assim, apesar da obra do Dalcídio ser marcantemente marajoara, na forma dela tratar o cotidiano e a cultura do homem acaba atingindo aqueles que de algum modo tenham relação com essa vida.
O ator do monólogo, Cláudio Barros, que dá corpo, voz e vida às diversas personagens, também relatou para a reportagem o significado dessa peça.  
“Em primeiro lugar, a importância está em você trabalhar a obra do Dalcídio Jurandir, que é um dos romancistas mais importantes da Amazônia e do Brasil. Escolher esse autor tem tamanha importância porque você torna acessível para as pessoas”, pontua.
Ainda conforme Barros, junto com essa acessibilidade, há também o desafio de transformar o “universo dalcidiano” – onde ele expõe figuras da sociedade amazônica de uma maneira muito cruel – em movimento, sons, expressão corporal e personagens.
“O autor é múltiplo, pois, vai narrando a história e abre janelas, e outras histórias dentro de histórias, e personagens que vão surgindo e morrendo e vão nascendo de novo nos romances. Então, é um universo muito amplo na questão psicológica do personagem. O grande desafio é você conseguir como ator, sozinho em cena, num monólogo, abarcar todo esse universo de personagens e lugares, porque, em momentos se está no casarão, noutro momento está num igarapé ou numa floresta. Então, tem também uma multiplicidade de ambientes”, detalha Barros.
Na noite de sábado, mesmo sem qualquer elemento no cenário, Cláudio Barros conseguiu suprir apenas com o corpo, quase todos os elementos da cenografia.
“No monólogo, você usa o elemento essencial do ator que é seu próprio corpo. Então, no meu próprio corpo, tento revelar esse universo através de sequências de movimentos, estudados e analisados, de sons criados no próprio corpo. E assim, tornar isso tudo uma narrativa clara, calma, e que tente atingir as pessoas assim como a obra do Dalcídio faz quando você ler”, observa o ator. 

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