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segunda-feira, 12 de maio de 2014

GREVE NA UNIFESSPA - Calendário de maio tem várias atividades para decidir protesto



















Nesse mês de maio, o clima de greve na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) tende a aumentar. Nos últimos meses, várias universidades e institutos federais tem dado indicativo favorável à paralisação das atividades dos professores.
Por exemplo, em Marabá, a biblioteca do Campus I da UNIFESSPA permanece fechada desde o início de abril, uma vez que os técnicos administrativos decretaram greve. Do mesmo modo, os profissionais do Instituto Federal do Pará (IFPA) já aderiram à paralisação.
Com isso, os estudantes começam a se preocupar em como ficarão os cursos em andamento. Além disso, comentam sobre qual partido tomar diante dessa situação.
Segundo a estudante da turma de Letras 2013, Debora Cristina, o clima no Campus I indica que a possibilidade de greve é imensa.    
“Parece que haverá greve no início do mês de junho. A turma está sim preocupada. Afinal, irá nos atrasar. Mas esperamos melhorias”, afirma Cristina, que trabalha no setor de Garantia na Leolar.
Para o universitário, Eduardo Carvalho, que cursa Agronomia no Campus II, neste mês já ocorreu de professores faltarem às aulas. Porém, ainda não se trata necessariamente da greve.
“Os professores faltaram uma vez, Pablo e Clarissa. E a turma voltou pra casa. Parece que a greve é no final dessas disciplinas”, observa.
Ainda segundo Carvalho, a classe universitária ainda não tem informação precisa. São só boatos.
“A certeza que eu tenho é que essa greve é retomada daquela de 2012. Que foi interrompida por um decreto do governo. Eu não queria greve jamais. Principalmente, agora. Mas, estão dizendo que depois dessas duas disciplinas que estamos tendo. Ou seja, final desse mês”, pontua.

ENTENDA O MOVIMENTO
De acordo com Wanderley Padilha, do Sindicato dos Professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Sindi-Unifesspa), ainda não há greve decretada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). No entanto, os professores mediante os sindicatos estão promovendo uma mobilização para discutir na base o indicativo de greve.
Essa caminhada rumo a organização de protesto tem durado os últimos meses.
Durante reunião nos dias 26 e 27 de março, as universidades ainda estavam em recesso porque acabavam de encerrar o último semestre de 2013. Por isso, não puderam debater a contento. Numa segunda reunião, em 24 e 25 de abril, envolvendo representantes de sindicatos que representam as Universidades Estaduais, Privadas, Municipais e Federais, o quadro pouco tinha se alterado.
A Federação dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra Sindical) se organiza por setores, sendo que os representantes da UNIFESSPA pertencem ao setor da SINDITIFES (Sindicato das Instituições Federais de Ensino Superior). O quadro atual aponta 11 universidades favoráveis à greve, 15 contrárias e 17 ainda sem posição, haja vista que estas não tinha feito assembleia.
Contudo, ainda segundo Padilha, neste mês de maio, foi lançado um calendário de atividades que vão mobilizar as faculdades e, finalmente, determinar se apoiam.
“O que foi tirado nessa última reunião do setor? Decidiu-se por iniciar um processo de mobilização na base, uma marcha em Brasília no dia 7 de maio. Inclusive, contando com os dois setores que já estão em greve, que são os técnicos administrativos e o IFPA. Dia 21 uma paralisação nacional. E nos dias 24 e 25, também de maio, pretende-se tirar o indicativo de greve do setor das IFES”, detalha.
Com o andar da carruagem, mais universidades devem ter decidido.
Padilha enfatiza que o calendário acadêmico, por causa da última greve, ficou muito atropelado e nem todas as universidades conseguiram fazer assembleia. Então, essas 17 faculdades devem estar retomando as atividades e fazendo suas assembleias, para chegarem ou não, ao posicionamento pró-greve.

MARCHA NA ESPLANADA 
Mais de 5 mil trabalhadores marcaram presença no coração de Brasília na Marcha dos Servidores Públicos Federais (SPFs) nessa quarta-feira (7). A luta por serviços públicos de qualidade, contra as privatizações e pela valorização de funcionalismo federal foram as principais pautas que levaram os manifestantes a enfrentar o forte sol e a ocupar a Esplanada dos Ministérios por toda a manhã.
A concentração para o ato teve início às 9h, em frente à Catedral de Brasília. Aos poucos chegavam ônibus de todo o país, trazendo servidores das diversas categorias representadas no Fórum das Entidades Nacionais dos SPF, para exigir seus direitos e protestar contra o descaso do governo federal. Às 11h teve início a Marcha, que fechou pistas da Esplanada e partiu em direção ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog).
Lá os manifestantes se encontraram com as delegações de Fasubra e Sinasefe, que desde a madrugada trancavam as entradas do ministério, cobrando do governo a abertura de negociação sobre as pautas de suas greves. Do alto do carro de som, os organizadores da Marcha deram início às falas das entidades e categorias presentes, que expuseram suas pautas específicas, deram informes sobre a mobilização nas bases e reafirmaram a importância da luta conjunta entre os SPFs. Falaram, entre outras entidades, representantes da Assibge, da Fasubra, do Sindireceita, do Sinal, da Fenasps, do Sinasefe e da Fenajufe, além de representantes das centrais sindicais. Os trabalhadores em greve da Indústria de Metal Bélico do Brasil (Imbel) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também discursaram.
Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN, falou aos servidores presentes sobre os ataques que o governo vem realizando contra o serviço público. Ela lembrou que hoje há uma inversão de prioridades e que o governo investe cada vez mais dinheiro público em esferas privadas. Marinalva ainda apontou que a Marcha era vitoriosa pela mobilização das categorias e que a hora é de intensificar a luta nos locais de trabalho para conseguir pressionar ainda mais o governo federal para que negocie com os SPFs. “Esse governo só responde quando é pressionado e já disse que não vai negociar, então temos que aumentar a mobilização para conseguir reverter a situação”, concluiu a presidente do ANDES-SN. (Fonte: Página do ANDES)

PAUTA DE REIVINDICAÇÃO 
Quatro pontos são destaque
Durante o 33º Congresso do ANDES, realizado entre os dias 10 e 15 de fevereiro, em São Luís (MA), os professores discutiram a campanha salarial 2014, reafirmando a pauta de reivindicações de 2013, uma vez que, no ano passado, o Governo Federal, além de não atender o movimento docente, seguiu aprofundando as distorções na carreira, com a publicação de medida provisória.
Quatro pontos são destaque na pauta dos docentes: condições de trabalho, reestruturação da carreira docente, valorização salarial de ativos e aposentados e respeito à autonomia universitária.
Entenda melhor cada um deles no quadro abaixo.
1. VALORIZAÇÃO SALARIAL
É preciso reverter a situação de achatamento dos salários dos docentes, corroídos ano a ano pela inflação. Para isso, a categoria toma como base um piso, referenciado no salário mínimo proposto pelo Dieese (R$ 2.748,22 para janeiro de 2014), gerador do restante da tabela salarial, a partir de parâmetros definidos em lei.
2. REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA
O Governo não assegura em lei os parâmetros necessários para constituição de direitos em longo prazo. A composição remuneratória é simplesmente remetida para tabelas anexas, nas quais aparecem apenas valores nominais, sem piso, sem lógica de evolução, sem relação entre regimes de trabalho e titulações. A retribuição por titulação foi retirada do corpo do vencimento. O Governo descumpriu os prazos firmados no acordo de 2011, não enfrentou o problema da reestruturação da carreira e desrespeitou a posição de todas as assembleias gerais durante a greve de 2012. Em 2013, prometeu que traria à mesa de negociação informações concretas sobre o espaço existente para negociar com o ANDES, mas protelou e se esquivou de uma resposta.
3. CONDIÇÕES DE TRABALHO
Esse tema fez parte da pauta de várias greves localizadas realizadas ao longo do ano de 2013. O ANDES-SN denunciou o quadro de dificuldades vivenciado nas Instituições Federais de Ensino por meio da publicação das duas edições da Revista Dossiê 3 - Precarização do trabalho docente I e II, que retratam o estado de abandono e precarização gerado pela expansão desordenada das Ifes, por programas como o Reuni e o Pronatec, este último que introduz no ensino público federal o grau máximo de precarização da força de trabalho docente, com a figura do professor temporário horista.
4. GARANTIA DE AUTONOMIA
O Governo mantém o discurso da defesa da autonomia, incentivando a Andifes a avançar na desgastada proposta de uma Lei Orgânica, mas na prática cria uma série de mecanismos por meio de decretos, portarias, instruções normativas e projetos de lei que limitam a autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, atestando contra o princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, para tentar abrir caminho a condutas e contratos que visam à mercantilização da educação pública e da pesquisa acadêmica. Exemplos mais recentes disso são a implantação do Reuni, das Fundações de Apoio e da Ebserh. (Fonte: Página do ANDES)

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