A proposta política representada por Marco Antônio Carrera Ferreira,
número 50, defende questões delicadas como a Reforma Agrária e polêmica da reestatização da Vale e Celpa. O político é filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e se registrou
nas urnas com nome de Marco Carrera, que segue em aliança com o Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).
Aos
47 anos, Marco Carrera junto à Benedita do Amaral, vice-governadora, comandam a
Coligação Frente de Esquerda – Mudança pra Valer neste pleito. O servidor
público tem formação superior, é casado e natural de Belém.
PLANO DE GOVERNO
A
proposta de governo da Coligação FRENTE DE ESQUERDA - MUDANÇA PRA VALER entende
que, o povo do Pará, é herdeiro de antigas lutas libertárias, mesmo assim
continua condenado à miséria e abandono por causa de décadas desgoverno.
No
documento apresentado aos paraenses, PSOL e PSTU revelam que um Estado tão rico
– o segundo em extensão territorial e o nono em população – continua com
índices vergonhosos como o 25º no ranking nacional do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH).
A
Coligação propõe três eixos de intervenção que orientam o programa de governo.
O primeiro planeja a superação da “atual política econômica e do modelo de
desenvolvimento, que depreda o meio-ambiente e riquezas naturais”; o segundo
visa transformar o “sistema político, aumentando a participação popular, a
transparência e o controle público sobre a política” e, por fim, o terceiro
prevê a “ampliação radical dos direitos e das liberdades dos trabalhadores e
trabalhadoras, bem como dos setores socialmente mais vulneráveis e oprimidos”.
Para
Marco Carrera, esse processo vai ser feito com participação ativa da sociedade,
que vai poder contribuir e opinar durante o período eleitoral. Essas
contribuições vão ser colhidas nos encontros de grupos de trabalho e outras
formas de comunicação como o portal Plataforma 50, criado para ser um canal
interativo de diálogo com diferentes segmentos sociais.
O
eixo 1, POLÍTICA ECONÔMICA E MODELO DE DESENVOLVIMENTO, tem o propósito de
promover mudanças estruturais na economia do país e do Pará.
Se
eleito, Carrera defende ações como a realização de auditoria independente a
respeito da dívida pública brasileira, entendida como um tema de interesse nacional
e de todos os paraenses, a construção de um projeto de desenvolvimento popular
e ambientalmente justo, e também redimensionar a atuação da Universidade do
Estado do Pará (UEPA), buscando o fortalecimento da pesquisa relacionada ao
desenvolvimento socioeconômico, ambiental e cultural.
Ainda
nesse eixo, consta a redefinição de instituições como o Banco do Estado do
Pará, EMATER, SAGRI e SEPAq, para que priorizem os micros, pequenos e médios
empreendimentos.
O
número 50 planeja combater a concentração de renda e as desigualdades por meio
do enfrentamento do problema da dívida, avançando numa reforma tributária. Isto
é, mudar a estrutura tributária de regressiva para progressiva, fazer com que a
tributação sobre os rendimentos do capital seja maior que a tributação sobre os
rendimentos do trabalho, lutar pelo fim da lei Kandir e exigir maior taxação do
estoque de riqueza dos ricos.
Além
disso, serão eliminados os subsídios em financiamentos para projetos de grandes
empresas e grupos econômicos.
Outro
passo é a elaborar uma política de emprego e renda para ampliar oportunidades, valorizando
os trabalhadores. Por exemplo, implantar um Programa Estadual de Turismo
Participativo, conjuntamente aos municípios, organizações do setor e
comunidades, que será especialmente voltado para criação de oportunidades aos
agentes e moradores locais.
O
candidato acredita na luta polêmica pela reestatização da CELPA e da VALE. O
motivo seria que a privatização delas representou crimes de lesa-pátria e que
produziram enormes perdas para o povo paraense e brasileiro.
Mais
um ponto polêmico é o Programa de Reforma Agrária. Segundo Carrera, é preciso
enfrentar a concentração de terras, a monocultura, o agronegócio e o trabalho
escravo, bem como promover a regularização fundiária das terras do Estado do Pará
e apoio nas áreas federais. Isso significa a desapropriação com respeito às
terras dos povos e comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas,
extrativistas.
O
eixo 2, SISTEMA POLÍTICO E DEMOCRACIA, recorda as mobilizações que ocuparam as
ruas em junho de 2013, revelando a crise de representação da política tradicional
e suas instituições. Por isso, a Frente de Esquerda busca se apresentar como um
bloco político e social que represente uma alternativa política para a classe
trabalhadora e o povo pobre do Pará.
Em
defesa da ideia de que o poder vem das ruas, Marco Carrera pretende a
democratização do poder mediante a criação de espaços não estatais, como
conselhos populares, que decidam sobre as principais políticas de Estado. E
mais medidas democratizantes como a realização de plebiscitos e consultas
populares sobre temas polêmicos e estratégicos.
“Para
inovar no estado do Pará, nossa inspiração terá como ponto de partida a
experiência de exercício da democracia direta realizada no Governo do Povo, na
capital paraense, no período de 1997-2004. Para isso, em nosso governo,
criaremos mecanismos de democracia direta, que permitam ao povo tomar a
política e a economia em suas próprias mãos, para colocá-las a serviço dos
interesses da maioria, na construção de uma democracia viva e participativa”,
explica.
E
para interferir no financiamento das campanhas por empresas privadas, o representante
do PSOL/PSTU quer leis que coíbam a influência do poder econômico sobre os
processos eleitorais, tal como sugere a Coalizão Democrática por Eleições
Limpas e a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política.
Entre
as diretrizes desse segundo eixo estão a implantação de Governadorias Regionais,
para estabelecimento de interlocução direta com os municípios e suas
populações, a criação de esferas de poder não-estatais, com Congressos Locais
de Planejamento Participativo, e a construção de um Plano Estadual de Desenvolvimento
Sócio-Territorial.
Como
governador, Marco Carrera se compromete com criar condições no estado e
estimular os municípios a exercerem efetivamente a gestão democrática das
políticas públicas, através do funcionamento permanente das instâncias de
controle social e conselhos. E transformar a atual Escola de Governo em uma
Instituição de Ensino Superior, promovendo a sua regionalização, aproximando as
suas ações de capacitação junto aos servidores nos municípios;
No
último eixo, MAIS E MELHORES DIREITOS, o objetivo central são as demandas
sociais como saúde, educação, fim da violência, o emprego, a mobilidade, o
transporte público, a questão ambiental, a transparência e a participação. Por
isso, o compromisso de investir nessas áreas, inclusive melhorando os salários
dos servidores públicos, é fundamental na melhoria dos serviços oferecidos à
população.
Portanto,
no campo dos direitos básicos, por ser servidor público Marco Carrera vai apoiar
as lutas contra os retrocessos como a flexibilização dos direitos trabalhistas,
o cerceamento do direito à greve ou demissões arbitrárias.
Quanto
à saúde pública, ele vai apoiar a retomada global das funções originais do SUS,
garantindo atendimento integral a todos de forma gratuita e com qualidade.
“Ampliar
a rede de atendimento hospitalar, urgência e emergência, radicalizando na
regionalização, na política de recursos humanos através da qualificação e
valorização dos profissionais de saúde, equipamentos e serviços. Também desprivatizar
a política de saúde materializada na gestão privada dos hospitais regionais e
de outros estabelecimentos da rede estadual de saúde”, pontua.
Na
educação, o compromisso é dispor na Constituição Federal, referente ao investimento
e a descentralização, cumprindo as metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
Além
disso, para democratizar a educação, o político quer discutir a elaboração do
Plano Estadual da Educação (PEE).
“Tornar
o Pará território livre do analfabetismo até 2018, através do aumento dos
investimentos em educação pública, gratuita e de qualidade socialmente
referenciada. Universalizar o ensino fundamental e o ensino médio até 2018. E criar
programa de apoio financeiro e expansão da educação infantil em todas as
regiões do Estado”, detalha.
Outros
passos são a garantia da ampliação gradual dos investimentos públicos,
universalizando o acesso a todos os níveis de educação de forma gratuita, a
garantia de qualidade na educação pública, com valorização dos trabalhadores da
educação, por meio da regulamentação e implementação do Plano de Cargos,
Carreira e Remuneração (PCCR), bem como melhorias nas condições de trabalho e
da rede física escolar.
O
candidato se preocupa com a atuação do governo na luta contra as formas de uso
ilegal dos recursos naturais. Ele opta pela gestão participativa e
compartilhada das florestas públicas, diretamente com as comunidades envolvidas.
Entras
as medidas estão auditar contratos de transição e as concessões de florestas públicas,
realizadas até o presente momento pelo estado, fortalecer o sistema de controle
e monitoramento das florestas públicas, bem como apoiar o manejo florestal
comunitário, com base nos princípios da agroecologia. E, por fim, a implementação
dos Sistemas Municipais de Meio Ambiente.
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