Evento debate questões polêmicas, mas presença de pais e responsáveis foi pequena
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Escola Oneide Tavares recebeu profissionais de enfermagem, advogado e artistas
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Embora a
instituição atenda cerca de 600 alunos no Ensino Médio e 800 no nível
fundamental, a presença de pais ou responsáveis foi pequena, diante da
importância do evento.
Segundo a
diretora do nível médio, Maria de Nazaré da Silva Costa, o objetivo do pacto é
mobilizar e oportunizar à comunidade escolar momentos de discussões e
reflexões, acerca de problemas que vem acontecendo no chão da escola.
A programação
foi constituída por palestras sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) e o uso de drogas, para que os pais tomem conhecimento.
O advogado, Aveilton
de Souza, tratou do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), colocando em
relevo que é uma lei muito comentada, mas, de fato, pouco conhecida pelo público
que precisa dela.
“A
importância do ECA é que foi criado para dar efetividade aos direitos da
criança e do adolescente. E orienta de que forma os pais, a escola e a
sociedade tem que agir na formação deles, tendo em vista a contribuição que
eles vão ter no futuro”, detalha.
O ECA também
enfatiza a repressão ao crime e às infrações de menor potencial ofensivo.
Para a
diretora, que atuou por muitos anos na Secretaria de Educação, os temas são
bastante pertinentes ao público.
“Às vezes, os
jovens pensam ‘tudo eu posso’ e a escola fica meio na defensiva, pois, é
delicado enfrentar essas problemáticas. Por isso é importante esse diálogo com
os pais, para que juntos possamos resolver”, pontua.
Para o estudante
secundarista, Iago Jesus França, 17 anos, a manhã foi de grande aprendizado.
Vânia Gurgel,
vice diretora, salientou que todos os anos a escola realiza esse encontro.
E, além do
almoço após as palestras, a banda Unidos em Cristo recepcionou os convidados. A
formação também tocou e cantou junto ao professor Marcos.
FAMÍLIA NA ESCOLA
“Ainda é uma
dificuldade reunir os pais. Quando fazemos programações com convites, boas
palestras, almoço e enfatizamos que vamos falar dos filhos deles, mas, mesmo
assim, muitos responsáveis justificam a falta por causa do trabalho, ou porque
sábado tinha algum compromisso”, diz.
Ela considera
que apenas 30% dos pais acompanham a vida intelectual dos filhos.
“Sempre
começo as reuniões falando que se temos mais de mil alunos, não podia vir pais
em número que cabe em uma ou duas salas. Quem vem mesmo são aqueles pais que se
preocupam. Enquanto os filhos dos outros ficam a mercê só do nosso trabalho”,
ressalta.
Inclusive,
ocorrem casos de suspender um aluno de forma que ele só entre acompanhado pelos
pais, a fim de que a escola conheça e converse a respeito de algum problema que
o filho causa.
Além disso,
um problema de parceria administrativa também foi levantado pela gestora. O
conselho tutelar ainda não auxilia a instituição quando há problemas com os
alunos de cada faixa etária. “A demanda é muito grande, a violência é muito
grande”, acentua.
Pedagoga que
por seis anos trabalhou como coordenadora, Maria de Nazaré foi eleita no
processo eleitoral realizado neste ano, e espera que mostrando a realidade os
pais colaborem com os educadores.
“Vamos dar
uma volta e mostrar a comunidade como que estão as salas e o que os filhos
deles fazem. A questão do patrimônio que eles utilizam e depredam, as carteiras
quebradas, paredes sujas... coisas que os pais muita vez não acredita que o
filho faz isso”, nota.
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