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terça-feira, 5 de agosto de 2014

ELEIÇÕES 2014 - Zé Carlos, número 43, concorre a governador pelo Partido Verde

Defende reforma administrativa e mudança de modelo econômico pautado na madeira, boi e minério




O candidato ao cargo de governador no Estado do Pará, José Carlos Lima da Costa, filiado ao Partido Verde. Registrado nas urnas com nome de Zé Carlos do PV, número 43, o partido segue único na coligação tendo Raimundo Salame como vice-governador.
Zé Carlos atua na Advocacia, tem 56 anos e é natural de Belém, casado e com formação superior. As entrevistas estão sendo publicadas pela ordem alfabética.
Já foi filiado ao PT, e ingressou no primeiro mandato de Vereador na década de 1980. Entre os cargos de carreira política exerceu os de Deputado Estadual, Secretário-Chefe da Casa Civil e Secretário Municipal de Meio Ambiente de Belém.
Nesse pleito, o Partido Verde divulgou o programa de governo com o lema “Viver Bem Viver Verde no Pará”, se mostrando como uma nova visão de política. O documento inicia com um artigo assinado pelo candidato, José Carlos Lima da Costa, fazendo um resumo do que considera os dois maiores desafios vivenciados no Estado do Pará.
“A exclusão social, cujo alvo é combater a concentração de renda; e a preservação da natureza, implantando um modelo econômico compatível com o bioma amazônico”, cita,
Além disso, Zé Carlos do PV lembra que o agravamento desses problemas recai sobre o atual governo Simão Jatene e os anteriores.
“A brutal concentração de renda, decorre do modelo econômico perseguido por diversos governos paraenses, baseado em apenas três produtos: madeira, boi e minério. Além de uma quarta missão que nos foi imposta pela União, o uso do nosso potencial hídrico para produção de energia. Esse modelo é concentrador de renda, colabora para o êxodo rural e consumo recursos da natureza numa velocidade impossível de ser reposta”, enfatiza.
Como solução, o representante do PV entende que a postura do Governo deve ser de exigir o cumprimento das legislações ambientais e tributárias e a parceria efetiva público/privada, para um programa de desenvolvimento baseado na diversificação da nossa base produtiva.

PLANO DE GOVERNO
O plano de governo do PV está dividido em cinco partes, abordando as questões que consideram as mais importantes na atualidade.
Na primeira, Viver Bem Viver Para Todos, o ponto central é a reforma administrativa. Criar a Gestão integrada, participativa e sustentável é o objetivo final do PV, que significa a reorientação das políticas de desenvolvimento e da reestruturação significativa dos sistemas de gestão.
Na prática, o primeiro passo da descentralização da gestão é voltado para as mesorregiões do Estado, ou seja, criar governadorias regionais com presença permanente das principais secretarias executivas, como é o caso da Secretaria Regional de Meio Ambiente em Marabá, fazendo uso de estruturas físicas e de pessoal que já existam nessas áreas, para não correr o risco de inchaço da máquina pública.
Quanto ao enxugamento da máquina publica, o PV se compromete com as estruturas de pessoal no governo, logo no seu primeiro ano de mandato, diminuindo o paradigma de ocupação dos cargos por pessoal contratado. Isso fortalece os funcionários de carreira, respeitando a necessidade de nomeação de concursados, já aprovados nos órgãos que deles necessitem.
Na segunda, Viver Bem Viver Com Igualdade e Sem Miséria, a visão política do PV coloca em relevo a solução de problemas referentes à desigualdade social e a miséria.
No Brasil, a essa desigualdade é uma das maiores do mundo, apesar de estar em desenvolvimento contínuo. Isso porque a desigualdade social não diz respeito à falta de recursos ou de riquezas, mas sim a má distribuição entre as diferentes camadas sociais. Prova disso, são as diferenças de oportunidades, no acesso a serviços básicos, como educação de qualidade, atendimento médico eficiente e até mesmo saneamento básico.
Visando a redução das desigualdades e superação da miséria, os governos democráticos passaram a estabelecer programas e projetos no intuito equiparar o descompasso social. Dentre tantos já utilizados, o Partido Verde continuará o benefício de um salário mínimo vigente para a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que abrange idosos e deficientes em extrema pobreza, a equiparação do piso salarial para a aposentadoria rural, correspondendo à aposentadoria urbana, e o Programa Bolsa-família que, apesar das opiniões divergentes, é responsável por apenas 0,45% dos gastos do PIB nacional e deve ser uma ferramenta temporária.
Além disso, a educação de base para Zé Carlos necessita de escolas com horário integrais e inclusão da educação ambiental, teoria e prática, no currículo das escolas, com o cultivo de hortas para utilização na merenda/alimentação escolar. Já na educação profissional, a luta do candidato envolve o fortalecimento dos institutos profissionalizantes tais como as ETPs, geridas pelo Estado e em convênio com empresas instaladas no Pará, intensificando os cursos técnicos/profissionais.
A terceira parte, intitulada Viver Bem Viver Com Saúde, trata da atenção básica efetuada através da assistência horizontal. A proposta é fortalecer a saúde básica nas unidades municipais e a cobertura dos programas estratégicos como Médicos de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). 
Outro ponto almejado pelo candidato do PV é a criação do Banco de Dados Eletrônico único de Saúde do Estado. Dessa forma, um histórico eletrônico pode interligar o histórico de saúde das pessoas baseado em informações colhidas pelos ACSs. Todo o sistema de Saúde Pública do Estado seria identificado pelo número do CPF, visando o fortalecimento de saúde preventiva.
Em se tratando de urgência em saúde, dar condições de real funcionamento aos os hospitais regionais de base, estabelecendo planejamento estratégico de programas e qualificação do corpo médico.  Fortalecer a implantação dos programas de controle intra hospitalar nas doenças de mais prevalência, controlando hipertensão e diabetes nas unidades de saúde, diminuindo o número de pacientes que necessitam de hemodiálise.
Implantar Centros Regionais de Hemodiálise nas proximidades dos hospitais regionais, diminuído custos e demora nos atendimentos, no Hospital Geral de Tailândia, Hospital Regional de Marabá, Hospital Regional de Santarém, Hospital Regional de Altamira, Hospital Regional Abelardo Santos, Hospital Regional de Breves e Hospital Regional de Redenção.
A quarta área tratada no programa, Viver Bem Viver Com Educação, avalia o desenvolvimento da sociedade por meio da educação. O partido acentua a formação e preparo das crianças e jovens com vistas ao futuro de progresso e evolução social.
Caso vença as eleições, Zé Carlos pretende uma reestruturação geral. Isto é, implantar creches de acordo com a demanda municipal, principalmente no interior, e fortalecer os sistemas municipais voltados ao primeiro contato da criança de 0 a 3 anos, com uso de técnicas de docência atuais para desenvolvimento do saber.
Desenvolver programas contínuos de qualificação e requalificação do corpo docente das instituições de ensino estaduais e municipais.
O projeto da educação para jovens envolve a implantação do currículo ambiental nas escolas, no Ensino médio, por exemplo, fazer o aproveitamento de resíduos, reciclagem, consumo consciente, alimentação sustentável. E para a educação inclusiva, difusão do conceito de inserção de adultos em programas de alfabetização e educação permanente, com foco na formação completa seja profissionalizante ou não.
O último, Viver Bem Viver Sustentável, aborda na perspectiva política do PV o desafio do desenvolvimento sustentável, que hoje é a maior incógnita da humanidade, porque as barreiras criadas pela espécie humana, cada vez mais, degrada a biosfera do planeta.
Como solução, mudar o maior paradigma de continuidade de desenvolvimento, que vem a ser a necessidade de geração cada vez maior de energia para suprimento das necessidades de produção. Nesse caso, diminuir fortemente a produção de petróleo e gás natural, para pensar estrategicamente a produção de energia hidrelétrica, eólica e solar.
No que diz respeito ao agronegócio, o PV no Pará deverá incentivar positivamente a policultura, com cultivo de produtos que sejam adequados ao tipo de solo, bem como o incentivo ao desenvolvimento da agricultura familiar e de pequeno porte, inclusive com fortalecimento de arranjos agrícolas locais e mesorregionais e mesmo dentro de assentamentos. E a mudança da cultura de pecuária extensiva para a pecuária intensiva.
A produção mineral, por sua vez, o PV defende que se criem mecanismos de contrapartida das empresas desse setor, destinados à recuperação efetiva das áreas afetadas pela exploração, bem como a regularização de explorações familiares e sua transformação em sistemas cooperativistas.
Quanto a extração de madeira, exploração que é hoje a principal responsável pelas mudanças de situação de solo no estado, Zé Carlos luta implementação efetiva de uma politica de verticalização da produção. Desse modo, os produtos beneficiados e a extração de matéria-prima de ser feita em florestas plantadas e não mais em matas nativas primárias.



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