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segunda-feira, 16 de março de 2015

GUARDA MUNICIPAL - Após blitz, jovem sofre em abordagem violenta


Eleoni Nascimento é ajudante de pedreiro e sofreu com abordagem
violenta de servidores públicos da Guarda Municipal, na sexta-feira (13)
Família fica revoltada com tratamento desumano




































Guarda que chutou guidom da moto
fez jovem cair com parte frontal
do corpo, arrastada pelo chão
“Mas a Guarda Municipal é o que, DMTU ou PM?”, questiona com ar de indignação Francisco das Chagas Silva Nascimento, ao ver o estado em que o irmão dele, Eleoni Silva Nascimento, de 21 anos, ficou após abordagem. Por volta das 21h de sexta-feira (13) última, uma equipe da Guarda Municipal (GM) estava efetuando ronda no Bairro Liberdade, quando efetuaram sinal de parada aos irmãos que estavam pilotando motos diferentes.
Os servidores públicos formavam três duplas de motos e se encontravam na Avenida Antônio Vilhena, na altura do Posto Ipiranga, realizando blitz.
Segundo Francisco Nascimento, a primeira abordagem já tinha encerrado e os documentos foram apresentados.
“Eles revistaram a gente lá em cima, perto da farmácia. Disseram que ia chamar o DMTU. E de lá viemos embora. Só que eles vieram atrás, tipo escoltando. Quando passamos aqui do sinal na Independência, a gente se dividiu. Nem o DMTU pode perseguir ninguém. Ai, perto do Postinho de Saúde, veio uma dupla e fez isso com o meu irmão”, detalha.
Eleoni Nascimento é ajudante de pedreiro e tem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), contudo, estava pilotando sem capacete uma moto Honda Pop de cor preta, não emplacada.
Entre as poucas palavras que o jovem fez esforço para falar, ele afirmou que estava dirigindo em baixa velocidade e quando se espantou foi com um chute no guidom da moto.
“Uma mulher que conhece minha mãe falou com eles, já que eu desmaiei com a queda. Cai de cara  arrastando no chão. Ela disse que eu era filho de uma amiga dela e eles responderam que eu tive foi sorte, pois iam me matar de taca”, pontua o jovem, que ia visitar uma amiga para resolver atividades da Escola Liberdade, onde faz o 1º ano médio.
Os guardas queriam levar o corpo do rapaz no carro, porém, os populares que se aglomeraram no local insistiram que a ambulância viesse.
Outro fato que indignou os familiares é que além dos servidores levarem a moto no carro, quando foram ao Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU), na manhã seguinte (14), o veículo não constava no pátio.
Para a mãe do jovem que quase ficou impossibilitado de falar, Maria Goreta Silva Nascimento, se não tivesse alguém para acudir o filho dela, poderia ocorrer algo pior.
“O meu filho não é bandido. Mesmo a moto dele estando sem placa, isso não significa que ele é bandido. Ainda bem que isso aconteceu na frente da casa de uma amiga e teve alguém lá pra defender meu filho”, pontua, enfatizando que pretendem buscar os direitos e colocar o guarda na justiça.
Conforme os alguns dos amigos da vítima, que não quiseram se identificar, o guarda Francinaldo, caracterizado por ser baixinho, foi o autor do chute e estava com pistola em punho, dirigiu a arma para os caras. Além disso, teria jogado expray de pimenta nos populares.

(Atualização às 17h27)
GUARDA MUNICIPAL RELATA QUE JOVEM ELEONI CAIU AO TOPAR EM BURACO E NÃO HOUVE DESMAIO
De acordo com Júlio Neto, secretário de Segurança Institucional, a versão apresentada, tanto por Eleoni Silva Nascimento, quanto pelo irmão dele, não corresponde à verdade dos fatos. Em primeiro lugar, a blitz foi realizada de forma conjunta, envolvendo outros órgãos de segurança como DMTU e PM. Essas equipes estavam espalhadas no perímetro de encontro da Avenida Boa Esperança com a Avenida Paraíso. 
Em segundo lugar, os jovens nas motocicletas avistaram o bloqueio e buscaram entrar por outras vias, a fim de fugir da vistoria. Uma vez que estavam, notadamente, sem os equipamentos de segurança e com as motos sem placa, os servidores que usavam motos mikes da Guarda Municipal avistaram os irmãos motoqueiros noutro ponto.
“Não houve perseguição alguma. As equipes estavam dirigindo eles até o local das blitz”, enfatiza.
Foi nessa escolta que os jovens aceleram por outras ruas. E, no caso de Eleoni Nascimento, o local por onde ele tentou correr da escolta era cheio de buracos, pois há obras em andamento naquele espaço. Os guardas relataram que o próprio motorista perdeu o controle da moto quando passou por um buraco e foi arremessado. 
Outro ponto citado pelo secretário tem a ver com um possível estado de embriaguez, que o jovem motoqueiro apresentava.
Além disso, após a queda, a vítima apresentou estado de lucidez em todo o tempo. Não houve desmaio algum, detalha Júlio Neto. 





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