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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

EFEITO DOMINÓ - Em Marabá, indígenas planejam reunir mais etnias e enrijecer protesto por causa da atitude de dirigente de Dsei


Reunião  na manhã de hoje (18) planejou fechamento das BR-153 e BR-222, 
além de bloqueios em vias próximas a aldeias de outras regiões
















Insatisfeitos com a falta de diálogo, na manhã desta terça-feira (18), lideranças de diversas etnias indígenas que ocupam o prédio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), situado na Folha 32 – núcleo Nova Marabá – decidiram que vão ampliar o protesto. Desde quarta-feira passada (12), eles manifestaram indignação contra as condições do polo que dá assistência médica em Marabá, e como não foram ouvidos, agora planejam bloquear rodovias do estado, como BR-153 e BR-222.
Nesta manhã, a reportagem acompanhou reunião realizada no pólo. O dirigente do Distrito Sanitário Indígena (Dsei) Guamá-Tocantins, Leone Rocha, veio ontem a Marabá e já retornou para Belém sem se encontrar e ouvir os representantes das 11 aldeias em protesto.
“A gente tentou resolver de várias maneiras. As pessoas começaram a querer quebrar o pólo, tocar fogo em carro, e a gente segurou para provar que estamos abertos para o diálogo”, recorda Elton Suruí.
Suruí reafirma que os manifestantes não querem destruir o patrimônio, mas sim conseguir melhorias e não acabar com o que eles têm.
“Usaram meu nome afirmando que eu teria colocado isso na cabeça do povo. A Imprensa pode registrar aqui que não tem nada quebrado”, defende.
Lixo está acumulando na enfermaria. Péssimas condições de trabalho
e falta de pagamento dos funcionários prejudicam funcionários 
Por causa da atitude de Leone Rocha, a comunidade indígena se sentiu desrespeitada. E não concordam que ele permaneça no cargo da Dsei.
As lideranças da manifestação tinham cedido à proposta do chefe do Dsei, que se sentia ameaçada e almejava que o diálogo fosse no prédio do Ministério Público (MP).
“Nós queríamos que a reunião fosse aqui. Mas, depois colocamos na mão dele. Podia ser no ministério, na FUNAI... Ele disse que ia marcar o horário com o pessoal da FUNAI. Porém, o vereador Ubirajara ligou pra nós informando que o Leone voltou para Belém, e vai pensar outra data de vim pra cá. Nós não vamos ficar aqui perdendo tempo e fechando algo que é nosso”, afirma o representante da tribo.
Via em área nobre na Folha 32 foi desobstruída pelos índios 
Novo protesto – Dessa reunião ficou decidido que o povo Chikrin vai permanecer no pólo. Enquanto isso, as comunidades de Tucuruí vão fazer manifestação a favor do pólo marabaense, bem como as famílias índines de Tomé-Açu e Capitão Poço vão apoiar o movimento.
“Nós vamos retornar para a BR-153, na terra dos índios Sororó, e fechar. Vamos conversar hoje se os Gaviões vão se unir com a gente, que nem foi feito no ano passado e tampar a BR deles também”, pontua Suruí.
Com isso, o protesto que já dura mais de sete dias visa chamar atenção do Governo do Estado. 
“Ninguém veio falar com a gente. E vamos bater de frente com todos que não estão dando ouvidos. Em pleno ano de Copa do Mundo, eleições pra presidente, o PT está massacrando as pessoas. Esse povo que está pisando em nós são todos coligados com o PT, nomeados por deputados e governador. Então, não queremos mais isso”, garante.
Pagamentos – Na ocasião, as comunidades manifestantes vão recorrer da decisão dada à empresa que fornece o serviço transporte.
Além disso, desde 2 de janeiro último, cerca de 30 profissionais que atuam no SESAI estão sem receber os pagamentos. 

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