Reunião na manhã de hoje (18) planejou fechamento das BR-153 e BR-222, além de bloqueios em vias próximas a aldeias de outras regiões |
Insatisfeitos com a
falta de diálogo, na manhã desta terça-feira (18), lideranças de diversas
etnias indígenas que ocupam o prédio da Secretaria Especial de Saúde Indígena
(SESAI), situado na Folha 32 – núcleo Nova Marabá – decidiram que vão ampliar o
protesto. Desde quarta-feira passada (12), eles manifestaram indignação contra
as condições do polo que dá assistência médica em Marabá, e como não foram
ouvidos, agora planejam bloquear rodovias do estado, como BR-153 e BR-222.
Nesta manhã, a
reportagem acompanhou reunião
realizada no pólo. O dirigente do Distrito Sanitário Indígena (Dsei)
Guamá-Tocantins, Leone Rocha, veio ontem a Marabá e já retornou para Belém sem se encontrar e ouvir
os representantes das 11 aldeias em protesto.
“A gente tentou resolver
de várias maneiras. As pessoas começaram a querer quebrar o pólo, tocar fogo em
carro, e a gente segurou para provar que estamos abertos para o diálogo”,
recorda Elton Suruí.
Suruí reafirma que os
manifestantes não querem destruir o patrimônio, mas sim conseguir melhorias e
não acabar com o que eles têm.
“Usaram meu nome
afirmando que eu teria colocado isso na cabeça do povo. A Imprensa pode
registrar aqui que não tem nada quebrado”, defende.
Lixo está acumulando na enfermaria. Péssimas condições de trabalho e falta de pagamento dos funcionários prejudicam funcionários |
As lideranças da manifestação
tinham cedido à proposta do chefe do Dsei, que se sentia ameaçada e almejava
que o diálogo fosse no prédio do Ministério Público (MP).
“Nós queríamos que a
reunião fosse aqui. Mas, depois colocamos na mão dele. Podia ser no ministério,
na FUNAI... Ele disse que ia marcar o horário com o pessoal da FUNAI. Porém, o
vereador Ubirajara ligou pra nós informando que o Leone voltou para Belém, e
vai pensar outra data de vim pra cá. Nós não vamos ficar aqui perdendo tempo e
fechando algo que é nosso”, afirma o representante da tribo.
Via em área nobre na Folha 32 foi desobstruída pelos índios |
“Nós vamos retornar para
a BR-153, na terra dos índios Sororó, e fechar. Vamos conversar hoje se os
Gaviões vão se unir com a gente, que nem foi feito no ano passado e tampar a BR deles também”, pontua Suruí.
Com isso, o protesto que
já dura mais de sete dias visa chamar atenção do Governo do Estado.
“Ninguém veio falar com
a gente. E vamos bater de frente com todos que não estão dando ouvidos. Em
pleno ano de Copa do Mundo, eleições pra presidente, o PT está massacrando as
pessoas. Esse povo que está pisando em nós são todos coligados com o PT,
nomeados por deputados e governador. Então, não queremos mais isso”, garante.
Pagamentos
– Na ocasião, as comunidades
manifestantes vão recorrer da decisão dada à empresa que fornece o serviço
transporte.
Além disso, desde 2 de
janeiro último, cerca de 30 profissionais que atuam no SESAI estão sem receber
os pagamentos.
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