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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

PROTESTO INDÍGENA - Receio quanto a própria segurança, fez representante do Distrito Sanitário Indígena desistir de encontro

Indígenas mostram que manifestação é pacífica 













Via nobre na Folha 32 permanece bloqueada
A segunda-feira última (17) foi de esperança e longa espera para mais de uma centena de índios, ligados a diversas etnias, que ocuparam o prédio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), situado na Folha 32 – núcleo Nova Marabá. Desde quarta-feira passada (12), eles manifestaram indignação contra as condições do polo que dá assistência médica em Marabá. 
Falta infraestrutura na saúde, uma vez que recursos como medicamentos, médicos, enfermeiros, inclusive veículos, não estão atendendo as famílias índines.   
De manhã, a reportagem do Opinião foi averiguar se o representante do Distrito Sanitário Indígena (Dsei) Guamá-Tocantins, Leone Rocha, já estaria na unidade local.
A única informação que eles tinham é de que Rocha teria se hospedado num dos hotéis da cidade. Porém, nem isso foi confirmado oficialmente.  
Segundo Elton Suruí, que representa esse movimento indígena e estava acompanhado de Ubirajara Sompré, vereador pelo PPS, a reivindicação é legítima, porque todos precisam ouvir do próprio chefe do Dsei.
“A gente tenta ligar no telefone dele e só dá na caixa postal. E só ele pode dizer o que pode e o que não pode fazer aqui. Estamos há seis dias esperando”, diz.  
Suruí ressaltou o extremo cansaço que todo o protesto resultou. Além de preocupados com a saúde, que é algo urgente, as circunstâncias trazem muito estresse.
“A cada dia chega mais gente. Tivemos que redobrar a quantidade de alimentos”, detalhou.
Medo de que? – No período vespertino, a reportagem fez novamente contato com o movimento. Havia notícias extraoficiais revelando que o órgão, em Belém, garantiu que Leone Rocha estaria fazendo reunião em algumas aldeias, na região de Marabá.
“Não sabemos que aldeia é essa. Ninguém sabe. Tem três aldeias que não está participando aqui, mas ninguém sabe em qual dessas ele foi”, observou. 
Ainda conforme Suruí, em ligação oficial, Leone Rocha disse abertamente que não viria falar com as famílias, porque não estava com segurança.
“Disse que o procurador não acompanhava ele até aqui. E ele queria que fôssemos no Ministério Público, só que lá está tendo audiência hoje”, afirma, acrescentando que os funcionários locais estão trabalhando no prédio e não sofreram nenhuma ofensa.   
Questionado se os índios aceitariam fazer o encontro no MP, Suruí enfatizou que fica inviável para todo o grupo.
“Não, porque, estamos com crianças aqui, com idosos e adolescentes. E, principalmente, pessoas para conhecer a ele e ouvir. Ele tem que dizer para nós o que foi que aconteceu, já que tanto dinheiro foi dado, mas não está sendo gasto na saúde”, defendeu.  

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