Indígenas
mostram que manifestação é pacífica
Via nobre na Folha 32 permanece bloqueada |
A segunda-feira última
(17) foi de esperança e longa espera para mais de uma centena de índios,
ligados a diversas etnias, que ocuparam o prédio da Secretaria Especial de
Saúde Indígena (SESAI), situado na Folha 32 – núcleo Nova Marabá. Desde
quarta-feira passada (12), eles manifestaram indignação contra as condições do polo
que dá assistência médica em Marabá.
Falta infraestrutura na
saúde, uma vez que recursos como medicamentos, médicos, enfermeiros, inclusive
veículos, não estão atendendo as famílias índines.
De manhã, a reportagem
do Opinião foi averiguar se o
representante do Distrito Sanitário Indígena (Dsei) Guamá-Tocantins, Leone
Rocha, já estaria na unidade local.
A única informação que
eles tinham é de que Rocha teria se hospedado num dos hotéis da cidade. Porém,
nem isso foi confirmado oficialmente.
Segundo Elton Suruí, que
representa esse movimento indígena e estava acompanhado de Ubirajara Sompré,
vereador pelo PPS, a reivindicação é legítima, porque todos precisam ouvir do
próprio chefe do Dsei.
“A gente tenta ligar no
telefone dele e só dá na caixa postal. E só ele pode dizer o que pode e o que
não pode fazer aqui. Estamos há seis dias esperando”, diz.
Suruí ressaltou o
extremo cansaço que todo o protesto resultou. Além de preocupados com a saúde,
que é algo urgente, as circunstâncias trazem muito estresse.
“A cada dia chega mais
gente. Tivemos que redobrar a quantidade de alimentos”, detalhou.
Medo
de que? – No período
vespertino, a reportagem fez novamente contato com o movimento. Havia notícias
extraoficiais revelando que o órgão, em Belém, garantiu que Leone Rocha estaria
fazendo reunião em algumas aldeias, na região de Marabá.
“Não sabemos que aldeia
é essa. Ninguém sabe. Tem três aldeias que não está participando aqui, mas
ninguém sabe em qual dessas ele foi”, observou.
Ainda conforme Suruí, em
ligação oficial, Leone Rocha disse abertamente que não viria falar com as
famílias, porque não estava com segurança.
“Disse que o procurador
não acompanhava ele até aqui. E ele queria que fôssemos no Ministério Público,
só que lá está tendo audiência hoje”, afirma, acrescentando que os funcionários
locais estão trabalhando no prédio e não sofreram nenhuma ofensa.
Questionado se os índios
aceitariam fazer o encontro no MP, Suruí enfatizou que fica inviável para todo
o grupo.
“Não, porque, estamos
com crianças aqui, com idosos e adolescentes. E, principalmente, pessoas para
conhecer a ele e ouvir. Ele tem que dizer para nós o que foi que aconteceu, já
que tanto dinheiro foi dado, mas não está sendo gasto na saúde”, defendeu.
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