A frequência com que os populares
visitam as bibliotecas públicas em Marabá também é uma forma de avaliar o
interesse do leitor local. Em cada núcleo da cidade, há salas reservadas ao
público leitor, precisamente, nas escolas que dispõem de sala de leitura e um
bom acervo.
Porém, as comunidades que se
formam em torno dessas escolas não tem aproveitado esses espaços de leitura.
Um bom exemplo disso é a Escola
Municipal Raimundo José de Souza, situada no Bairro Liberdade – núcleo Cidade
Nova, que tem disponível salão repleto de obras que vão, entre as várias áreas,
desde história e política à matemática e literatura paraense. Inclusive,
dispondo de uma profissional para atender os leitores visitantes, Valderlene Costa Brito, que é a regente da sala de
leitura.
Segundo a diretora, Maria Arlete
de Melo e Xavier, encontrar os estudantes e, por que não, os próprios pais
nesses lugares significa que as bibliotecas estão funcionando, com mais
qualidade. E, por isso, a comunidade é bem vinda.
Em 2014, alunos produziram dois livros que incrementaram a biblioteca da escola Raimundo José de Souza. Ambos produtos de projetos realizados pela professora, Silvane Lima, com turmas da educação infantil.
Além disso, a formação de
leitores passa, sem sombra de dúvidas, pela ação e interação dos professores
para com os alunos.
De acordo com Eliane Soares,
professora de Linguística na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, ao
longo da vida escolar, os educadores ensinam a ler, estimulam os educandos à
leitura e promovem projetos literários.
“Na vida escolar e em meio à
sociedade em geral, os estudantes ouvem sobre a importância da leitura, para o
desenvolvimento da inteligência e para a aquisição de conhecimentos e, por
consequência, o seu papel na formação do ser humano, do cidadão e do
profissional. No entanto, a prática de leitura não é tão constante na vida da
maioria deles. É o que demonstram as pesquisas”, observa.
Ainda faltam pessoas conscientes
acerca do papel da leitura, seja para o desenvolvimento pessoal, seja para o
dos jovens estudantes. E neste grupo estão políticos, empresários, juízes,
inclusive professores. Mas, sobretudo os pais, demonstram imenso
desconhecimento. Eles compram celulares e roupas de marca elitizada, e depois
reclamam do preço quando um livro custa menos que um hambúrguer no shopping – e
que dura muito mais se comparado àqueles objetos.
Contudo, colocar a mão no bolso
com o interesse de comprar um título literário diz muito sobre o gosto e a
consciência que o leitor tem. Ainda mais se o cidadão estiver investindo numa
biblioteca pessoal.
É o caso da estudante do segundo
ano médio, Esther Horsth, 15 anos, que resolveu iniciar a própria coleção. Apesar
dos poucos livros, cerca de 30 títulos, ela já demonstra saber o quanto o hábito
da leitura influencia em sua formação e planos futuros.
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