Conferência de Agenor Sarraf abriu debates interdisciplinares da Semana
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Sarraf questionou o método de se fazer pesquisa |
Eliane Soares e Gilson Penalva, organizadores da Semana Pan-Amazônica, acompanharam os apontamentos da tese defendida por Sarraf |
Estudantes de pós-graduação Apoliana Costa, Érica Faustino, Regina Nunes e Emeline Santos dão suporte |
O evento é promovido pelo Instituto de Linguística, Letras e
Artes, da Faculdade de Estudos da Linguagem (FAEL) e pelo Grupo de Pesquisas e
Estudos Linguísticos, Literários e Culturais da Pan-Amazônia (GPELLC-PAM).
Airton Souza, poeta de Marabá que cursa Letras na UNIFESSPA, participou da conferência |
O doutor apresentou trabalho na via da desobediência
epistêmica. Professores da UNIFESSPA, Gilson Penalva e Eliane Soares, que
também são organizadores da Semana Pan-Amazônica, acompanharam os apontamentos
da tese defendida por Sarraf.
O público presente é constituído, sobretudo, de estudantes,
bolsistas e pós-graduandos do curso de Letras.
Sarraf questionou o método de se fazer pesquisa, utilizado
tão comum e rigorosamente nas faculdades. Na perspectiva do doutor, não se pode
negar a voz aos sujeitos que são apagados culturalmente.
“Pode o subalterno falar? Como faço uma pesquisa que o outro
pode falar?”, pontua.
Para exemplificar, o professor citou pesquisa de Marcio
Goldman, antropólogo que coloca-se como um ouvinte e, ao estudar o outro que
seria o objeto de análise, na verdade, faz dele sujeito e autor.
O estudioso discorreu ainda sobre seu testemunho pessoal,
enquanto morador de Melgaço, cidade que em 2013 foi parar como manchete dos
jornais por ter o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.
Para ele, a sigla IDH é uma construção norte-americana, que
pretende homogeneizar o mundo, soterrando as diferenças culturais. E tentou
explicar peculiaridades daquele município, baseando na linha de pesquisa
chamada “Historiografia da memória”, com a qual levou para o mestrado a tese de
Melgaço como "cidade floresta" no meio da Amazônia.
Cidade com 5 mil habitantes. Foi construída a partir dos
saberes das comunidades que vieram das florestas, e elas acabaram imprimindo
isso no espaço urbano. Migração, formas de trabalho, conflitos políticos e a
crença em São Miguel Arcanjo são pontos fundamentais para se compreender que
índice de desenvolvimento social existe ali.
O conceito de “Culturas afro-indígenas” foi criado em sua
tese, para classificar a cidade em questão.
Na equipe de suporte para a semana estão estudantes de
pós-graduação. Emeline Santos, Érica Faustino, Apoliana Costa e Regina Nunes
cursam na UNIFESSPA a especialização em Abordagem Culturalistas: Saberes,
Identidades e Diferença Cultural na Amazônia.
Confira a programação:
Dia 10/12/2014 (quarta-feira)
8h às 10h - Mesa Redonda: Literatura, Cultura e Identidades
nas Amazônias
Prof. Dr. Agenor Sarraf/ Prof. Dr. Gilson Penalva/ Prof.
Doutorando Hiran Possas Prof. Me. Gil Vieira Costa
10h às 12h - Mesa Redonda: Mulher, diferença cultural e
Literatura: questões culturais, de gênero e lutas sociais nas Amazônias
(Profa. Dra. Eunice Ferreira, Profª. Dra. Simone Cristina e
Profª. Ma. Ailce Margarida N. Alves)
14h às 18h - Sessão de Comunicações
Sala 1. Literatura, Hibridismo cultural e identidade nas
Amazônias
Sala 2. Mulher, diferença cultural e Literatura nas
Amazônias.
Sala 3. Linguagens, culturas e identidades nas Amazônias
Sala 4. História, Memória e Culturas nas Amazônias
Sala 5. Artes e Culturas Visuais nas Amazônias
Sala 6. Currículo, identidade e diferença cultural nas
Amazônias
Sala 7. Controle do território e Construção de identidades
no Sul e Sudeste Paraense
19h - Cinema de Resistência na Amazônia (Prof. Me. Evandro
Medeiros)
Dia 11/12/2014 (quinta-feira)
8h às 10h - Abertura do II Salão de Literatura Pan-Amazônica
Mesa Diálogos Literários: Amazônias em Verso e Prosa Eliane
Machado, Airton Sousa, Jorge Ribeiro, Clei de Sousa Charles Trocate e Marluce
Caetano e Lara Borges.
Dia 11/12/2014 (quinta-feira)
8h às 10h - Abertura do II Salão de Literatura Pan-Amazônica
Mesa Diálogos Literários: Amazônias em Verso e Prosa Eliane
Machado, Airton Sousa, Jorge Ribeiro, Clei de Sousa Charles Trocate e Marluce
Caetano e Lara Borges.
Dia 11/12/2014 (quinta-feira)
8h às 10h - Abertura do II Salão de Literatura Pan-Amazônica
Mesa Diálogos Literários: Amazônias em Verso e Prosa
Eliane Machado, Airton Sousa, Jorge Ribeiro, Clei Sousa Charles Trocate e Marluce Caetano e Lara
Borges.
10h às 12h - Mesa Redonda: Linguagens, culturas e
identidades na Pan-Amazônia
Profª. Dra. Eliane Machado, Profª. Ma. Austria Brito, Prof.
Me. Rosinélio Trindade, Prof. Me. Gilmar Ramos
14h às 18h - Mini Cursos:
1. Currículo, identidade e diferença cultural nas Amazônias
Profª. Ma. Cleide dos Anjos
2. Memória, História e culturas de fronteira nas Amazônias
- Prof. Me. Janailson Macedo
3. Fotonarrativa e Educação visual nas Amazônias
- Alexandra Duarte
4. Artes e Culturas visuais na Pan-Amazônia: perspectivas metodológicas
Prof. Me. Gil Vieira
5. Literatura e Estudos Culturais nas Amazônias Prof.
Me. Clei Sousa
19h - Recital - Salão de Literatura
Dia 12/12/2014 (sexta-feira)
8h às 10h - Mesa Redonda: Território, Identidade e
Literatura desde a experiência pós-colonial no mundo contemporâneo
Prof. Me. Bruno Malheiro/ Prof. Me. Marcos Alexandre/ Profª.
Ma. Edmara Santos /Prof. Me. Clei Sousa;
10h às 12h - Mesa de Debate: Povos, Territorialidades e
Lutas sociais nas Amazônias: interações e diálogos transdisciplinares Prof. Me.
Marcos Mascarenhas e Profa. Ma. Rita da Costa
14h às 18h - Mini Cursos
20h SerAnata AmaZona.
Projeto Folha de Concreto
Grupo de tradições populares Mayrabá.
Banda Negra Melodia.
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